O Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, o que está na origem do fato de o país ter construído uma sociedade vergonhosamente injusta, uma das mais desiguais do mundo.
Em homenagem a Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares, 20 de novembro foi instituído o Dia da Consciência Negra, para simbolizar a história de lutas dos brasileiros contra o racismo e a discriminação e por igualdade de direitos e de oportunidades.
Igualdade Racial
Fruto da luta do movimento negro brasileiro, hoje no Brasil temos um Estatuto da Igualdade Racial, sancionado pelo presidente no dia 20 de julho, após 7 anos de trammitação no Congresso Nacional. Também é conquista da luta a criação do Dia da Consciência Negra, a implantação de sistemas de cotas raciais em diversas universidades do país e a criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), pelo governo Lula, em 2003.
“A categoria bancária faz parte dessa luta. A bandeira por igualdade de oportunidades vem sendo um DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA dos principais eixos de reivindicações das campanhas nacionais desde que a então CNB-CUT publicou a cartilha "Os Rostos dos Bancários", em 2001, com base em uma pesquisa do Dieese comprovando com números a existência de discriminação por parte dos bancos em relação aos negros, e também contra as mulheres e portadores de deficiência”, lembra Deise Recoaro, secretária de Políticas Sociais da Contraf-CUT.
Veja o resumo da situação do trabalhador negro na categoria bancária:
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Apenas 19% dos bancários são negros, enquanto o conjunto dos trabalhadores no Brasil com carteira assinada chega a 35,5%.
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Somente 4,8% dos postos de diretoria e superintendência, e 14,9% das gerências, são ocupados por negros.
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Os bancários negros recebem em média 84,1% do valor dos salários dos brancos.
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A discriminação é ainda maior contra as mulheres negras, que recebem apenas 68% dos salários dos brancos, segundo dados do Caged-Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho.