Os bancários do Banco da Amazônia em greve realizaram neste dia de hoje, em frente ao edifício sede, uma grande manifestação para protestar sobre suas péssimas condições de vida e trabalho e forçar a Fenaban a apresentar uma proposta e a direção do Banco a voltar à mesa de negociação específica. No ato, que contou com a participação e apoio da CUT/PA, vários dirigentes sindicais do Seeb PA_AP e da AEBA se manifestaram, assim como bancários de outros bancos. Presente também o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, que também demonstrou seu apoio às nossas reivindicações.
Sérgio Trindade, vice-presidente do SEEB PA/AP e presidente da Comissão de Negociação dos Empregados do Banco da Amazônia, enfatizou a importância do ato neste dia, pois demonstra que a categoria se encontra unida e disposta a lutar até a conquista de nossas reivindicações. Para ele, é necessário combater a precarização das condições de trabalho dos bancários e fazer um enfrentamento com todo o sistema financeiro, pois não há desculpas plausíveis para não atender às reivindicações da categoria. “É necessário que haja a valorização dos trabalhadores que contribuem muito para que os bancos tenham seus lucros. Nossa luta é justa, legítima e honrada”, disse ele, que comentou ainda sobre o desrespeito do Banco da Amazônia quanto à defasagem do piso salarial de seus quadros de TB’s e TC’s e a falta de encarreiramento e ascensão funcional do Quadro de Apoio. Explicitou também as outras reivindicações que deveriam ser prontamente atendidas pela instituição, entre as quais o PCCS, reajuste salarial, saúde, segurança bancária e a PLR.
A presidente da CUT/PA, Mirian Andrade ressaltou que o trabalho de bancário necessita de reconhecimento por parte dos banqueiros, que vai além do reajuste salarial. “É preciso investir nas cláusulas sociais para garantir condições dignas de vida e trabalho para os bancários. Os usuários do sistema financeiro também merecem respeito, revisando os juros exorbitantes que são cobrados e acabando com as filas nas agências que criam inúmeros transtornos. As conquistas desse movimento de greve também deve se estender aos clientes de cada Banco”, defendeu ela.
Por outro lado, o diretor do SEEB PA/AP, Cristiano Moreno, ao incentivar a categoria em continuar fortalecendo o movimento, desabafou “Estamos cansados de ano após ano receber desculpas esfarrapadas da diretoria do Banco da Amazônia para não atender as nossas reivindicações, que já são históricas. Vamos somar esforços, valorizar a unidade na luta dos bancários na certeza de que outro Banco da Amazônia é preciso”.
Neste 8º dia de greve, o Banco da Amazônia continua seguindo a linha de intransigência demonstrada pelos outros bancos públicos e pela própria Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Até a terceira mesa de negociação, realizada no último dia 17 de setembro, o Banco sequer se dispôs a negociar a pauta de reivindicações entregue pela Comissão Nacional dos Empregados em 26 de agosto de 2010. Aliás, nesse dia 17, com total desrespeito à categoria informou que seguiria tão somente o índice de reajuste salarial acordado com a Fenaban e suspendeu de forma unilateral as negociações sobre as demais cláusulas sociais, negando a discutir as principais necessidades laborais e de vida de seus empregados. Lembre-se que o Banco teve mais de vinte dias para apreciar as nossas reivindicações. Não o fez e teve o desplante de dizer que os seus representantes somente retomarão à mesa de negociações quando tiver um posicionamento sobre as nossas reivindicações. Roosevelt Santana destaca que “a categoria jamais deve aceitar um pacote do Banco, dizendo um não a cada uma de nossas reivindicações e, pior, sem a devida discussão, cláusula por cláusula, para avançar nas normas que garantam uma relação de trabalho mais condizentes na elevação de auto-estima da categoria. Hoje se completam 42 dias de silencio do Banco a respeito de nossa pauta de reivindicações.
A greve se fortalece cada vez mais.
A categoria no Banco Amazônia sabe que para ser vitoriosa, a greve tem de ser ampliada e fortalecida. A cada dia que passa, mais agências entram em greve. Vamos fazer uma grande corrente para atingirmos a meta de fecharmos todas as agências do Banco neste Brasil.
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