Banco da Amazônia

Bancários atentos a acordo contra as terceirizações

Banco reafirmou que não há projeto de transferência de funcionários para as subsidiárias. Sindicato está de olho

São Paulo – O Sindicato voltou a cobrar do Santander um compromisso formal contra a terceirização. Durante reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), realizada nessa terça-feira 18, os representantes dos bancários afirmaram que se houver transferência de funcionários para as três novas subsidiárias do banco, os sindicatos vão organizar uma forte oposição, mobilizando os trabalhadores em diversas atividades de protestos.
O Santander reafirmou que não há nenhum projeto de terceirização de funcionários para as subsidiárias e garantiu que se houver qualquer intenção neste sentido os sindicatos serão chamados para discutir o problema com bastante antecedência.
“Embora o banco diga que não tem nada concreto, os gestores estão realizando diversas reuniões com os bancários e falam das transferências como algo certo. O clima está horrível, principalmente nos centros administrativos. Por isso, deixamos claro que é fundamental que o Santander assuma um compromisso formal contra a terceirização”, afirma o diretor do Sindicato Marcelo Sá, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
Centro de realocação – Conforme solicitado pelo Sindicato, o Santander apresentou um balanço do centro de realocações, garantido pelos bancários após a fusão do banco com o Real para evitar demissões. De janeiro até abril foram 207 realocações, um número considerado muito pequeno pelo Sindicato. “A falta de funcionários é gritante e, mesmo assim, o banco tem reduzido postos de trabalho. O centro de realocação é justamente para evitar as dispensas e corrigir o problema da falta de pessoal. Solicitamos uma série de informações para conferirmos se o acordo negociado está funcionando e, no dia 24 de junho, vamos fazer uma reunião específica com o Santander para debater o centro de realocação”, explica a diretora do Sindicato Rita Berlofa.
Bolsa de estudo – O banco apresentou também um balanço sobre o auxílio-educação. Ao todo, foram distribuídas 2.022 bolsas de estudo este ano. Segundo o Santander, não há vagas para novas bolsas, mas todos os funcionários que solicitaram o benefício foram atendidos. O Sindicato destacou que no acordo aditivo o Santander se comprometia a distribuir 2 mil novas bolsas, independentemente daquelas já oferecidas para o pessoal do Real. “Achamos o número de bolsas muito pequeno, pois em 2008 o banco atendia 4.860 empregados com o auxílio-educação. Os bancários que não foram atendidos devem nos procurar imediatamente para acionarmos o banco. A discussão continua na próxima reunião e vamos cobrar do banco que reabra as inscrições”, ressalta o diretor do Sindicato Marcelo Gonçalves.
Saúde e condições de trabalho – O Sindicato cobrou respostas para as reivindicações dos bancários sobre saúde e condições de trabalho. O Santander informou que a direção ainda não tem uma posição sobre a possibilidade de inclusão de pai ou mãe no plano de saúde para os funcionários sem dependentes, a solução para a falta de transparência no contrato do plano de saúde e da apólice de seguros, e a extensão para os 3.800 associados da Cabesp dos mesmos direito que os 47 mil funcionários assistidos pela Unimed e Bradesco têm em relação aos exames preventivos. A única reivindicação atendida foi a criação de um ambulatório no prédio da Bráulio Gomes, que começa a funcionar este mês de maneira provisória e em 60 dias de forma definitiva.
Sobre condições de trabalho, o Sindicato e o banco marcaram uma reunião específica para o dia 1º de julho. Entre os temas em debate estão as metas para o caixa e as férias de 30 dias que o Santander estaria impedindo os funcionários de tirar. “Na reunião desta terça, o banco reconheceu que as férias de 30 dias é direito e tem de ser respeitado. Sobre as metas para os caixas, a empresa garante que elas não existem, embora sejam práticas comuns nas agências. Vamos debater esses temas mais profundamente no próximo encontro”, diz João Roberto Almeida, diretor do Sindicato.

Previdência complementar – Finalmente o banco entregou os estatutos do Holandaprev, solicitados há mais de um ano pelo Sindicato. O Santander se comprometeu a levar o estatuto da Sanprev na próxima reunião da CRT. A direção da empresa informou ainda que a eleição para nova direção da Sanprev será em 2011 e da Holandaprev em 2012. “Reclamamos da falta de transparência nesses processos eleitorais. Não adianta informar o ano, queremos o calendário das eleições. Aliás, queremos que a nova direção desses dois fundos de pensão seja escolhida pelos associados imediatamente, conforme compromisso assumido pelo banco em várias reuniões”, destaca Rita Berlofa.

Outros assuntos – O Sindicato e o banco marcaram reunião no dia 18 e 24 de junho para debater o Plano de Cargos, Salários e Carreira e em 10 e 11 de julho para discutir as reivindicações dos funcionários portadores de deficiência. Nova reunião da CRT será no dia 2 de julho.

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