Os assédios morais e a doença LER/DORT (Lesões por esforços repetitivos e /distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho) têm provocado abalos físicos e psicológicos aos bancários, além dos constantes medos de assalto. É o caso do gerente geral do Banpará, Ademar Costa, feito refém no assalto ao banco há mais de um mês. Ele pediu licença para recuperar do trauma. Segundo a secretária administrativa do Sindicato dos Bancários, Elizamar Costa, em Santarém mais de 30 bancários denunciaram assédio moral e mais de 15 pessoas se queixam de maus tratos.
Este ano no Banco do Brasil nenhuma pessoa pediu licença por algum problema de saúde ou assédio, o mesmo ocorreu na Caixa Econômica Federal, mas no Banpará houve o caso do gerente geral com licença de dois meses. "Entrei em contato com ele esta semana e afirmou que ainda não se recuperou do trauma", afirmou o coordenador de atendimento do Banpará, Benedito Brasil. Um bancário do posto do Banpará localizado no DETRAN pediu licença por LER/DORT, mas já retornou ao trabalho.
Segundo Elizamar, houve caso de uma bancária que havia desenvolvido síndrome do pânico por que o gerente lhe enviava e-mails ameaçando demissão caso não fizesse o trabalho corretamente. "Esta moça chegou ir ao hospital devido à pressão que sofria", informou. Nessas situações, de acordo com Elizamar. quando é comprovado o assédio no caso moral, o responsável é chamado para uma conversa amigável para que o fato não se repita. Nos últimos oito meses três bancários foram hospitalizados por problemas de saúde, justamente devido ao estresse do trabalho.
Em outro caso relatado por Elizamar, 15 bancários do mesmo banco, foram ao Sindicato fazer reclamações porque um dos gerentes da agência estaria fazendo pressão. "O que acontece é que o gerente entende que o bancário não é capaz de fazer o serviço e por isso a pessoa fica com muito medo, mas acontece é que as pessoas se sentem incapacitadas de fazer o serviço, devido a essa pressão", explicou a secretária do Sindicato dos Bancários. Elizamar garante que o maior número de reclamações provém de bancos privados.
Em outras situações o que tem ocorrido é a troca de função. "Este gerente chegou a colocar a caixa para ser supervisora e a outra para ser caixa, alegando questões de incapacidade. Isso destrói a pessoa, além disso, essas trocas não podem acontecer assim", afirmou Elizamar.
Em Santarém o Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá irá realizar entre os dias 9 e 11 de setembro um evento jurídico justamente para discutir melhores condições de trabalho, segurança bancária e campanha salarial 2010/2011.
O que enfrentam os bancários no dia-a-dia
A LER/DORT são doenças graves originadas do uso excessivo ou inadequado do sistema que agrupa nervos, músculos e tendões. Podem se tornar graves se não tiverem tratamento adequado, podendo levar a incapacidade temporária ou permanente para o trabalho. Elas atingem as mãos, os punhos, o antebraço, o cotovelo, os ombros, a coluna vertebral, etc. Ela veio ser mais freqüente na década de 90 com o advento da informática.
Assédio moral pode ser definido como manipulação perversa e terrorismo psicológico. No caso exposição do empregado, quer por ato comissivo ou omissivo do empregador, a situações repetitivas, prolongadas, humilhantes e constrangedoras que atentem contra a sua integridade. Tarefas que inferiorizam, abusos de poder, estimulo a rivalidade, desqualificação do trabalho entre outros.
As conseqüências que o assédio moral pode trazer ao trabalhador é comprometimento com a saúde mental e física da vitima, depressão e stress, irritação, falta de confiança, alterações do sono, perda de memória, morte social, isolamento, mudança de personalidade, sentimento de culpa, aumento ou perda de peso, consumo de bebidas alcoólicas ou drogas, crises de choro ou raiva.
fonte: O Estado do Tapajos On Line