Os bancários e bancárias do Pará e Amapá estarão em GREVE por tempo indeterminado a partir da próxima quarta-feira, dia 29 de setembro. A decisão foi tomada em uma grande assembleia geral da categoria, que contou com cerca de 200 trabalhadores e trabalhadoras, realizada na noite desta sexta-feira (24), na sede do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá, e segue orientação do Comando Nacional para os sindicatos de todo Brasil.
A GREVE dos bancários é uma resposta da categoria à intransigência dos banqueiros na mesa de negociação da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que depois de exatos 30 dias de negociações, rejeitou na quarta-feira (22) TODA a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2010, como o reajuste de 11%, o fim do assédio moral nas agências, mais segurança e melhores condições de trabalho, e Plano de Cargos e Salários em todos os bancos.
Os bancos apresentaram apenas a proposta de reposição da inflação dos últimos 12 meses, que é de 4,29% segundo o INPC.
“O que os bancos apresentaram para a categoria é uma vergonha, que não condiz com a realidade de seus lucros. Nós não estamos pedindo esmolas, queremos um reajuste salarial digno, com reposição da inflação do período e mais aumento real; porém os banqueiros mais uma vez insistem em negar. Por isso, não restou outra saída senão deflagrar uma forte greve nacional a partir do dia 29, junto com os sindicatos de todo país, para derrotar a ganância dos banqueiros”, afirma a presidente do Sindicato e membro do Comando Nacional, Rosalina Amorim.
“O que nos deixa indignados com essa proposta vergonhosa da Fenaban é saber que os seis maiores bancos que operam no país (Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) continuam aumentando seus lucros líquidos que só no primeiro semestre desse ano foi de R$ 21,7 bilhões, resultado quase 32% superior ao do mesmo período de 2009. E é por isso que, mais uma vez, os bancários e bancárias de todo Brasil estão deflagrando GREVE por tempo indeterminado a partir do dia 29”, complementa Sérgio Trindade, vice-presidente do Sindicato.
O Comando Nacional encaminhou documento à Fenaban reafirmando a pauta de reivindicações da categoria.
● 11% de reajuste salarial.
● Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do Dieese), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.
● PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.
● Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá.
● Previdência complementar em todos os bancos.
● Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.
● Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas e fim das terceirizações.
● Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.
● Planos de carreira, cargos e salários (PCCS) em todos os bancos.