BANCO DA AMAZÔNIA: A vitória tem o tamanho da nossa luta
20 de outubro de 2010. 22 dias de greve derrubaram a intransigência e arrancaram proposta que contempla salários, PLR justa e PCS. Assembleia aprovou a proposta por ampla maioria
Com o espaço cultural do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá lotado nesta quarta-feira (20), bancários e bancárias do Banco da Amazônia aprovaram por ampla maioria a nova proposta arrancada em mesa de negociação com o Banco com a força da greve.
Os grandes diferenciais que garantiram a aprovação foram, em primeiro lugar, a recuperação da autoestima; a forma de distribuição do montante de 9,25% da PLR, que será 40% linear e 60% proporcional aos salários com o fim do módulo gestor; A compensação diferenciada dos dias parados, que será 1h compensada para cada 2h paradas até o dia 15 de dezembro; e o início das discussões sobre o novo PCS, que não é revisado desde 1994, e que será construído pela categoria em cronograma aprovado coletivamente.
ADEUS, MÓDULO GESTOR – Hoje, 20 de outubro, a categoria bancária enterrou uma forma odiosa de discriminação na distribuição da Participação nos Lucros e Resultados do Banco da Amazônia – o famigerado módulo gestor, que levava 25% do montante da PLR para um grupo de funcionários, sem olhar o conjunto dos trabalhadores que produzem a riqueza do Banco da Amazônia.
“A partir de hoje, a PLR no Banco da Amazônia passa a ser distribuída de forma mais justa, mais igualitária, sem o módulo gestor e valorizando os funcionários. A proposta que aprovamos em assembleia garante a distribuição linear de 40% do montante da PLR para todos os empregados, e os 60% restantes serão distribuídos proporcionalmente aos salários”, comemora Sérgio Trindade, vice-presidente do Sindicato e coordenador da comissão de negociação dos empregados do Banco da Amazônia.
FORA, INTRANSIGÊNCIA – Outro ponto importante desta negociação aprovada por ampla maioria pela categoria foi o sonoro NÃO à intransigência da direção do Banco da Amazônia e à sua sistemática falta de diálogo. As entidades sindicais responsáveis por defender os interesses dos trabalhadores nesse processo de negociação se movimentaram muito para garantir um acordo que contemplasse os principais anseios da categoria.
Destacamos de forma especial a participação do presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, sobretudo nas incursões junto ao DEST para garantir uma PLR mais justa e sinalizar o início dos debates sobre o novo PCS; o deputado federal eleito Cláudio Puty e a governadora do Pará Ana Júlia, que dialogaram diretamente com a presidência do Banco da Amazônia para a retomada da negociação em novos parâmetros que a categoria pudesse avaliar e até aprovar, como foi o caso.
“Cada um no seu espaço, todos atuaram de forma intensa e bem articulada para reabrir o canal de negociação e garantir a formalização da proposta que fora aprovada no dia de hoje. A categoria e o funcionalismo do Banco da Amazônia, Sindicato, AEBA, Fetec, todos estão de parabéns”, ressalta Miguel Pereira, secretário de organização da Contraf-CUT.
VITÓRIA DA UNIDADE NACIONAL – Vale a pena destacar que está foi uma greve vitoriosa de toda a categoria do Banco da Amazônia, que a partir da unidade nacionalmente construída, arrancou a valorização nos pisos e ganhos salariais superiores ao índice de 7,5%, sem teto, conquistados na mesa da Fenaban, pois este refletiu no PCS do banco.
“Muitos duvidaram da capacidade de mobilização dos empregados e empregadas do Banco da Amazônia para os enfrentamentos que viriam durante a Campanha Nacional deste ano. Mas nesses 22 dias de paralisações, a categoria deu uma aula de empenho e garra para lutar por seus direitos e, como resultado, alcançou conquistas históricas para o conjunto dos trabalhadores da instituição. E o que é principal, consolida como resultado da luta a retomada da autoestima. A categoria está de alma lavada”, afirma Rosalina Amorim, presidente do Sindicato dos Bancários do Pará e Amapá.
ISONOMIA É PRECISO – A greve e a união da categoria garantiram também um item fundamental de isonomia: a conversão em espécie dos 5 dias de abono assiduidade. "Era uma antiga reivindicação nossa e que agora conseguimos conquistar com a greve", vibram os diretores do Sindicato, Rômulo Weyl e Luiz Paulo Amador.
PCS JÁ – Nossa luta conquistou um sonho de toda a categoria: a construção de um novo PCS. Este será trabalhado por toda a categoria, em conjunto com os Sindicatos, para quando chegarmos em março de 2011termos a proposta de PCS que levaremos à mesa paritária, a qual garantimos com esta vitoriosa greve.
"A proposta que arrancamos do Banco da Amazônia é o melhor acordo que conquistamos nos últimos anos, pois aceita discutir um novo Plano de Cargos e Salários, defasado desde 1994, combinado com questões inéditas. Mas essa vitória só foi possível a partir do engajamento de bancário e bancária que não
abriu mão de ir para a porta das agências e fortalecer nossa greve diariamente.
Todos estamos de parabéns”, destacam Cristiano Moreno, Marco Aurélio Vaz e Luiz Otávio Pereira, diretores do Sindicato e empregados do Banco da Amazônia.
DE ALMA LAVADA – O funcionalismo do Banco da Amazônia sai desta greve com a autoestima elevada, recuperada e com muito gás para construir o novo PCS e exigir seus justos e legítimos direitos. "De alma lavada e enxaguada, diz o diretor do FETEC-Centro Norte, Roosevel Santana. E acrescenta: "parabenizo os diretores e diretoras do nosso Sindicato, diretoria da ContrafCUT, em especial Carlos Cordeiro, Miguel Pereira; a nossa FETEC Centro Norte e cada colega do Banco da Amazônia que construiu esta vitória com a greve, paciência e muita vontade de garantir direitos", conclui.
A FORÇA DA GREVE ESTÁ NOS RESULTADOS
PLR – o montante a distribuir era de 6,25%. Avançou para 9,25%.
Módulo gestor – privilégio de um grupo. Caiu pra sempre com esta greve.
Novo modelo de distribuição da PLR – 40% linear e 60% proporcional aos salários. E sem módulo gestor. Agora, será uma PLR mais justa, com atencipação de R$ 650,00, 10 dias após a assinatura do acordo.
Isonomia no abono assiduidade – conversão em espécie, agora valendo para os novos empregados.
11% de reajuste no piso de ingresso, o que eleva o piso de R$ 1.128,00 para R$ 1.252,00.
7,5% de reajuste nas comissões, tíquetes e auxílios;
Inclusão no acordo coletivo do novo PCS, em mesa paritária, a partir de março de 2011. Entidades construirão o PCS até março e chegarão na mesa temática com a proposta de PCS do funcionalismo do Banco da Amazônia.
Abono dos dias parados – Banco queria 100% de pagamento em horas dos dias parados. A força da greve fez com que ficasse em 1 hora por dia, além da jornada e até 15 de dezembro.
A íntegra do acordo será divulgado para a categoria assim que ajustada a redação. A previsão de assinatura é dia 27 de outubro e o pagamento das verbas, 10 dias após a assinatura. Todas as verbas são retroativas a setembro de 2010.
NOSSA FORÇA É NOSSA UNIÃO!
Fonte: Bancários PA/AP