Ao mesmo tempo, foi revisada para baixo a expectativa de expansão da carteira de crédito das instituições financeiras privadas nacionais, de 24% para 22%. Dessa forma, os bancos privados nacionais, que liderariam o mercado até a previsão anterior, foram ultrapassados pelos públicos.
Ao mesmo tempo, a previsão do BC para o crescimento das carteiras de crédito das instituições estrangeiras cresceu expressivamente, de 9% para 14%. Durante a crise financeira, os bancos estrangeiros foram os que mais contraíram a oferta de crédito pela falta de liquidez nos mercados internacionais. Com o aumento da aversão ao risco, essas instituições cortaram a oferta de crédito nas sedes e também nas subsidiárias. No Brasil, essa retração foi compensada pela ação mais forte dos bancos públicos.
"A evolução dos últimos meses influenciou nessa reavaliação porque o ritmo (nos privados nacionais) foi menor que previsto", explica o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, ao comentar que a aceleração ou retração na oferta de empréstimos "depende da dinâmica operacional dos bancos". Maciel minimizou a retração da previsão para o crédito nas instituições privadas nacionais. "Mesmo assim, cresce a 22% no ano, é um ritmo acelerado", explica.
Ao ser questionado pelos jornalistas, Maciel não descartou que a aceleração dos bancos públicos pode ser resultado da oferta de crédito direcionado – via BNDES por exemplo – e da maior participação de micro e pequenas empresas – segmentos em que as instituições públicas têm peso relevante.
O chefe-adjunto também minimizou o fato de públicos novamente liderarem o crédito em detrimento dos privados nacionais. "O crescimento de nenhum deles compromete os outros", afirmou.