As advogadas dos bancos apresentaram um pen drive com imagens de noticiário do SBT mostrando supostos "prejuízos" resultantes da paralisação. A procuradora do Trabalho Eleny Schittine perguntou se as imagens eram do Rio de Janeiro, o que foi negado pelas advogadas, desqualificando as "provas" apresentadas pelos bancos. Eleny disse que as provas "não poderiam ser mesmo do Rio", já que ela andou pela cidade e "não constatou nenhuma anormalidade na mobilização dos trabalhadores".
"Os banqueiros empurraram a categoria para esta greve e agora tentam, através de toda a forma de pressão e do uso de interditos, coibir o movimento dos bancários e o legítimo direito que temos de fazer greve", afirma o presidente do Sindicato, Almir Aguiar, que participou da audiência.
A intransigência dos banqueiros
A juíza e vice-presidente do TRT-RJ, Glória Regina Ferreira Mello, deu um prazo de 48 horas para que as partes apresentem novas alegações. Em seguida, o processo será encaminhado à Procuradoria Regional do Trabalho, que emitirá o seu parecer sobre a questão.
"Não conseguimos, neste momento, resultados imediatos e concretos na audiência de conciliação. Continuamos, contudo, otimistas no sentido de que poderemos obter do TRT uma posição favorável, de forma a extirpar da greve dos bancários, definitivamente, o mau uso de interditos, como meio sistemático utilizado para inibir o direito dos trabalhadores", disse a advogada Rita Cortez, que assessora o Sindicato nesta ação, junto com o advogado José Luiz.
Ela criticou também a má vontade dos bancos em dialogar com a categoria. "Comparecemos à audiência com o espírito aberto, almejando solucionar problemas. Apesar dos esforços da vice-presidente do TRT, do Ministério Público do Trabalho e da representação do sindicato de buscarem o diálogo e o consenso, mais uma vez a representação dos bancos demonstrou intransigência, optando pela continuidade do uso dos interditos como meio de cercear e impedir o exercício deste direito universalmente reconhecido", completa a advogada.