Bancos sobem taxa de juros pelo 2º mês nas operações de crédito, diz Anefac

Esse movimento, na avaliação da entidade, pode ser atribuído a pelo menos três fatores: à elevação dos depósitos compulsórios promovida pelo Banco Central, à majoração do requerimento de capital para as operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses (fator de ponderação de risco), medidas introduzidas igualmente em três de dezembro; e à provável elevação da taxa básica de juros (Selic) por conta da elevação dos índices de inflação.

Na média, os juros para consumidores passaram de 6,74% ao mês em novembro para 6,79% no mês passado. Apenas a taxa do cartão de crédito rotativo ficou inalterada.

Já para empresas, houve redução das taxas em duas das três linhas de crédito pesquisadas (capital de giro e conta garantida), o desconto em duplicadas foi elevado. Na média, a taxa subiu de 3,79% para 3,80%.

PERSPECTIVAS

Segundo Miguel de Oliveira, coordenador do levantamento e vice-presidente da Anefac, nos relatórios anteriores emitiu-se opinião de que as taxas de juros das operações de crédito continuariam sendo reduzidas nos próximos meses.

"Entretanto, tendo em vista o anúncio das medidas introduzidas pelo Banco Central, provocando a elevação dos depósitos compulsórios, a majoração do requerimento de capital para as operações de crédito a pessoas físicas com prazos superiores a 24 meses [Fator de Ponderação de Risco] bem como a provável elevação da taxa básica de juros [Selic] por conta da elevação dos índices de inflação, as taxas de juros das operações de crédito deverão ser elevadas nos próximos meses", destaca Oliveira.

Taxa de juros mensal em dezembro, em %

Média para pessoa física – 6,79%

Comércio – 5,69%
Cartão de crédito – 10,69%
Cheque especial – 7,57%
CDC (bancos) – 2,40%
Empréstimo pessoal (bancos) – 4,77%
Empréstimo pessoal (financeiras) – 9,64%

Média para pessoa jurídica – 3,80%

Capital de giro – 3,08%
Desconto de duplicatas – 3,08%
Conta garantida – 5,23%