A meta, como já havia sido anunciada, é ter uma participação de mercado de 15% em um prazo de cinco anos. As sinergias previstas são da ordem de R$ 1 bilhão no mesmo período, mas essa cifra poderá subir com a entrada da Caixa Econômica Federal (CEF) na empresa que administrará a Elo.
Inicialmente, a Caixa terá aproximadamente um terço do capital da bandeira, que será controlada por uma holding formada por Bradesco e Banco do Brasil. A empresa, no entanto, será privada, dado que a participação majoritária na holding controladora – de 50,01% – será do Bradesco.
Durante a apresentação à imprensa da parceria, Márcio Percival, presidente da Caixapar (braço de participações da Caixa) disse que o banco estatal ainda discutirá a entrada na holding, além de sua fatia na empresa que será criada para administrar os cartões de benefício, a Elo Vale.
O foco da nova bandeira serão os clientes de baixa renda, conforme indicaram os executivos presentes ao evento. Segundo o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, o uso de cartões representa apenas 31% das compras realizadas por consumidores das classes C e D, enquanto nas classes A e B, esse índice é de 65%. Na classe E, o uso dos cartões de pagamento representa apenas 6% das transações, disse o executivo.
Dentro das ambições de crescer a partir das camadas mais populares, a expectativa de Trabuco é que a Elo tenha no mercado de cartões o impacto que os remédios genéricos tiveram no mercado de medicamentos. "A Elo vai surgir como o genérico dos cartões", apontou.
Segundo o presidente do Bradesco, a entrada da Caixa dá à nova bandeira uma "massa crítica inigualável" no Hemisfério Sul, dado que mais de 100 milhões de brasileiros operam com os três bancos.
A bandeira ainda está aberta a receber outras instituições financeiras. De acordo com Bendine, qualquer banco que também atue no setor de adquirência – responsável pela captura das transações com cartões e credenciamento de lojistas – pode ser absorvido.
Segundo um memorando de entendimentos anunciado hoje, a Caixa também discutirá um aumento de sua participação de 1,14% na Cielo (ex-Visanet), que fará a captura das transações da Elo. "Vamos buscar correspondência em governança com o volume de negócios que a Caixa vai aportar (na Cielo)", disse Percival.
Entre os pontos que serão negociados estará uma participação da Caixa no conselho de administração da Cielo, cujos principais acionistas são o Bradesco e o Banco do Brasil – cada um com uma participação de 28,65% na companhia.