O produto terá uma taxa de anuidade de R$ 96 e será oferecido nas bandeiras Mastercard e Visa versão internacional. O cliente terá dois limites, sendo um exclusivamente para o aluguel e outro para o pagamento de compras no varejo.
Se a "função" locação for ativada, será cobrada uma taxa mensal de manutenção de 6,67%, em um contrato fechado com o banco e com a imobiliária, que pode variar de 2 a 12 meses.
A fatura passa então a incluir o valor do aluguel. Se ficar inadimplente, o cliente terá que pagar juros como em um cartão convencional, com taxa de 10,02% ao mês.
O vice-presidente de pessoa física da Caixa, Fábio Lenza, não quis detalhar quais seriam os critérios de análise de crédito, adiantando apenas que a renda mínima exigida no projeto-piloto – em quatro imobiliárias de São Paulo e de Goiás, a partir desta semana – é de R$ 1.000. O produto deve chegar a todo o Brasil em fevereiro e pode haver ajustes.
Para o executivo, o fato de haver dois limites para o cartão não vai incentivar a inadimplência, citando como exemplo o teto para o cheque especial e para o crédito pessoal para o mesmo cliente. "Isso já é praxe do sistema bancário", afirmou.
O presidente do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo), José Augusto Viana Neto, destaca a importância do novo produto para estimular a competição.
Na sua opinião, as seguradoras já devem estar pensando em como reduzir o valor e os bancos privados podem lançar produtos semelhantes para concorrer com a Caixa.
Para Rogério Vergara, presidente da Comissão de Crédito e Garantia da Federação de Seguros Gerais, a situação "não é confortável" para as seguradoras, já que elas podem perder potenciais clientes. O executivo destaca, no entanto, que parte dos clientes do cartão pode ter sido rejeitada na análise de risco dessas empresas.
Na avaliação de João Crestana, presidente do Secovi-SP, será possível até negociar um valor menor de aluguel, já que o locatário "terá o melhor fiador: um banco".
A Caixa prevê atingir 300 imobiliárias cadastradas até fevereiro. Mais de 4.000 já têm parceria com o banco para financiamento e serão convidadas a participar.
A expectativa é ter 100 mil cartões um ano após o início das operações em âmbito nacional. Para cinco anos, a meta é atingir 1 milhão. A base de cartões convencionais da Caixa engloba atualmente 7,7 milhões de unidades.
Fonte: Folha de São Paulo