Banco da Amazônia

CARTA PARA O TRABALHADOR BANCÁRIO







O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, explica o que está por trás da falta de proposta dos banqueiros. Mantenha-se firme na greve!  

Como presidente do Sindicato e integrante do Comando Nacional dos Bancários, que negocia com a federação dos bancos (Fenaban), venho até vocês para explicar o que está por trás da falta de proposta dos banqueiros na campanha salarial deste ano.


Desde 2004, os bancários têm campanhas vitoriosas que resultaram na reposição total do que foi perdido para a inflação, com aumento real de salários todo ano. Além disso, nesses últimos cinco anos, a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) também vem crescendo, não tanto quanto deveria em comparação com o aumento do lucro dos bancos, mas sempre resultado da nossa luta. Cinco anos de greve, com assembleias cheias e paralisações em todo o Brasil.


E é exatamente com isso que os banqueiros querem acabar: a mobilização dos bancários.


Ainda que alguns bancos estejam perdendo mais de R$ 10 milhões por dia com a paralisação da categoria – que é forte no Banco do Brasil e Nossa Caixa, Caixa Federal, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander Real, HSBC –, a Fenaban, com 12 dias de greve, ainda se recusa a pagar aumento real de salários, PLR justa e criar proteção aos empregos. E isso tem uma razão: querem cansar você, bancário. Apostam na passagem do tempo, na ausência de proposta, na enrolação, porque acham que vão nos dobrar, fazer desistir do movimento, deixando para trás essa onda de aumento real e PLR maior que este ano completará seis anos.


Se os banqueiros são especialistas em enrolar, a especialidade do bancário é lutar. Por isso estou entrando em contato com você para dizer que a nossa greve, que já é forte, tem de ser multiplicada a partir dessa segunda-feira. Você que já está parado, convença um amigo. E você que ainda não está, também é fundamental para a greve. Mais que aumento real e PLR maior, nossa luta é por garantia de emprego nas ricas fusões dos bancos, fim do assédio moral e das metas abusivas que atormentam todo dia. E vamos arrancar isso deles.


A Fenaban disse que faria uma reunião com os presidentes dos bancos, nesta segunda-feira, para apresentar as simulações de PLR que foram feitas nas duas rodadas de negociação, nos dias 1 e 2 de outubro, para melhorar a distribuição entre os bancários. Vamos ver se o discurso dos presidentes de que os “colaboradores” são o principal ativo dos bancos é verdadeiro. Se eles estão de brincadeira, nós não estamos. Precisamos mostrar aos banqueiros nossa indignação com tamanho desrespeito. Não vamos ser enrolados, não admitiremos economia às nossas custas para depois poder distribuir prêmios e bônus milionários para acionistas e diretores, para fazer propaganda mentirosa, para financiar outras iniciativas menos urgentes que a valorização dos funcionários.


A Fenaban criou uma página para divulgar à imprensa quão bom é o acordo coletivo dos bancários. Mas mente de novo, chamando de “benefícios” concedidos pelos bancos aquilo que conquistamos exatamente como estamos agora: em greve. Mente, anunciando um auxílio-creche de 71 meses, como os bancos gostariam que fosse, quando os bancários têm direito – e não vão abrir mão – de 83 meses de auxílio-creche/babá.


Nossa Convenção Coletiva de Trabalho é nacional e a melhor do país sim. Nós sabemos porque a conquistamos na luta. Mas não boa demais para os bancários que merecem muito mais do setor que mais lucra no Brasil.


Encontro você na luta, fazendo a greve!

Luiz Cláudio Marcolino

 

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