"Não é proibindo o uso de celulares no interior dos bancos que se impedem terceiros de visualizar os saques de dinheiro dos clientes, mas reforçando a estrutura e os procedimentos de segurança dos estabelecimentos", afirmou o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
"Escolhemos Belo Horizonte para lançar esse projeto para trazer mais segurança para trabalhadores e clientes porque, segundo dados da polícia militar, ocorrem em média 70 ocorrências por mês de crimes de saidinha de banco na cidade", destacou o presidente da CNTV, José Boaventura Santos. "Conforme notícias da imprensa, tivemos 21 mortes envolvendo assaltos a bancos em 2010, sendo oito em saidinhas de banco, das quais duas aconteceram na capital mineira", ressaltou o sindicalista.
Durante o lançamento, cópias do projeto foram entregues aos presidentes do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Clotário Cardoso, da Federação dos Trabalhadores em Instituições Financeiras de Minas Gerais (Fetraf-MG), Magali Fagundes, e do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais, Romualdo Ribeiro.
Também estiveram presentes o vice-presidente da Contraf-CUT, Neemias Rodrigues, o secretário de organização da CUT, Jacy Afonso, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG), o deputado estadual Carlos Gomes (PT-MG), o deputado distrital eleito Chico Vigilante (PT-DF) e a vereadora de Belo Horizonte, Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB), além de dirigentes de sindicatos de bancários e vigilantes de todo país. Os parlamentares também receberam cópias do proejto.
O projeto
O projeto está baseado na ampliação dos equipamentos e medidas de segurança nos estabelecimentos dos bancos, estabelecendo:
1- Equipamentos de prevenção:
– portas giratórias com detectores de metais antes do autoatendimento, com recuo após a fachada externa para facilitar acesso contendo armário de portas individualizadas e chaveadas para guarda de objetos de clientes;
– câmeras de filmagem em tempo real com monitoramento externo nas áreas de circulação de clientes nos bancos, incluindo calçadas externas e estacionamento, onde houver;
– vidros blindados nas fachadas externas, no nível térreo e nas divisórias internas das agências e postos de atendimento no mesmo piso
2- Equipamentos de privacidade nas operações:
– divisórias opacas e individualizadas, com altura de dois metros entre os caixas, inclusive nos caixas eletrônicos, para garantir a privacidade dos clientes durante as suas operações bancária;
– biombos ou estrutura similar, com altura de dois metros entre a fila de espera e a bateria de caixas das agências, bem como na área dos terminais de autoatendimento, cujos espaços devem ser observados pelos vigilantes e controlados pelas câmeras de filmagem, visando impedir a visualização das operações bancárias por terceiros
3- Equipamentos para melhorar as condições de trabalho dos vigilantes:
– uso de colete a prova de balas, arma de fogo e arma não letal autorizada;
– assento apropriado e escudo de proteção,
– proibição ao vigilante de exercer qualquer outra tarefa que não seja a de segurança.
Colocar a vida das pessoas em primeiro lugar
"Queremos proteger a vida de bancários, vigilantes, clientes e usuários, bem como melhorar as instalações de segurança das instituições financeiras, diante da onda de assaltos a bancos, que tem causado mortes, feridos e pessoas traumatizadas", frisou Ademir.
Os bancos possuem recursos sobrando para melhorar as instalações de segurança. Somente até setembro deste ano, os cinco maiores bancos (BB, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Caixa) acumularam lucros de R$ 32,08 bilhões. "Aplicar em recursos para prevenir assaltos não pode ser tratado como custo pelos bancos, mas como investimento na proteção da vida das pessoas", salientou o diretor da Contraf-CUT.
"Os bancos precisam fazer a sua parte, melhorando as precárias condições de segurança privada nos estabelecimentos, assim como os governos devem investir mais na segurança pública, a fim de proteger efetivamente os trabalhadores e a sociedade", concluiu Boaventura.