Os números estão estampados na cara. A rentabilidade dos principais bancos brasileiros no primeiro semestre deste ano foi de 21,7%, quase duas vezes e meia superior à rentabilidade das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos (que foi de 8,9% no mesmo período), segundo estudo comparativo feito pela consultoria Economática, divulgado pelo colunista Guilherme Barros na edição da Folha de São Paulo dessa semana.
Podemos perguntar quem são esses trabalhadores que se debruçam diariamente para que banqueiros alcancem esses lucros tão evoluídos? Quantos bancários estiveram atrás de balcões num troca-troca frenético de dinheiro, cheques e a ser realizar operações, negociações para que eles ganhassem essa rentabilidade?
Hoje, no Dia dos Bancários, nada de achar que somos inferiores porque trabalhamos para dar muito lucro a outros! Chegou a nossa vez de construir um processo forte, com unidade, de luta dentro da Campanha Salarial que faça frente à ganância sem limites dos banqueiros. Essa sim é a hora de buscar novas conquistas, novos direitos, novos patamares. Mas para isso a empreitada deve ser boa e, principalmente, deve estar mobilizada.
Mais do que ter atendidas nossas reivindicações, é preciso lembrar que é também nosso dever sermos cidadãos políticos, sabedores de uma consciência de classe que fortaleça a organização dos trabalhadores. Essa integração é que nos leva a vitória. A máxima é clara, juntos somos mais fortes!
Logo mais estaremos frente a frente com os banqueiros novamente, que do outro lado da mesa vão apostar na desconstrução da nossa unidade. O investimento deles é justamente criar no seio dos trabalhadores o sentimento de competitividade entre bancários, que não permita a organização e a luta de nossa categoria. Lembre-se: o trabalho de cada um é importante, mas o trabalho de todos os empregados juntos é fundamental para o andamento da empresa. Fragmentar nossos anseios com mensagens individualistas não nos convence.
Não nos satisfaz dizer que basta cada empregado fazer a sua parte que todos os seus desejos estarão realizados. Cada conquista alcançada, cada cláusula a mais inserida depois da luta da Campanha Salarial não veio a toa, muito menos de mão beijada dos banqueiros. Muito suor foi enxugado. Muita luta foi necessária!
Festa, ato político, manifestação, luta. Seja lá como for, o importante é que hoje, todos os bancários tenham consciência do papel importante que exercem na sociedade como cidadãos, como trabalhadores, como parte integrante de um sistema que ganha e lucra exageradamente. Chegou a nossa vez!
Parabéns aos bancários, em especial, aos do Banco da Amazônia! E rumo a mais um Campanha Salarial!