Organizadores da comitiva brasileira afirmaram à Agência Brasil que os debates se concentram neste sábado (26) e que as conclusões serão divulgadas no domingo (27). Nas discussões, segundo negociadores brasileiros, Lula destacará as iniciativas tomadas pelo governo brasileiro para evitar a contaminação da crise econômica. Aproveitará para alertar que a crise que atinge parte da Europa é preocupante e que há ameaça para a economia global.
O presidente pretende afirmar que a receita para evitar o agravamento de uma situação de crise é o estímulo ao crescimento econômico. Como exemplo, ele deverá citar as medidas de incentivo ao consumo adotadas pelo governo brasileiro, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para as mercadorias de linha branca e automóveis.
Paralelamente, Lula defenderá uma reforma no sistema estrutural do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para o governo brasileiro, há um desequilíbrio entre o que o Brasil representa e o poder de voto que tem na instituição. O assunto é considerado uma prioridade para o presidente. Por ele, a reforma no FMI deveria seguir o modelo adotado pelo Banco Mundial.
Em abril deste ano, o Banco Mundial aprovou uma reforma que aumenta o poder de voto de países emergentes e em desenvolvimento na instituição. Pelas novas regras, os emergentes ganham um aumento de 3,13 pontos percentuais em seu poder de voto, totalizando 47,19%.
Para implementar as mudanças no FMI, todos os países enviaram dados macroecômicos, fiscais, monetários, finaceiros e também referentes aos índices de inflação para a instituição. O Brasil, de acordo com os diplomatas, foi um dos primeiros a encaminhar as informações ao órgão.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou carta aos participantes demonstrando preocupação com o fato de alguns governos anunciarem a possibilidade de suspensão de programas de estímulo à economia de forma abrupta. Segundo ele, isso pode provocar dificuldades econômicas e até recessão.
Para analistas, o recado de Obama foi uma mensagem para as economias europeias, que enfrentam crescente preocupação com a dívida pública.