Bancários e bancárias de todo o Brasil deflagravam greve por tempo indeterminado a partir de hoje, contra a intransigência dos banqueiros. A greve, que é um direito de todo trabalhador, foi referendada pelas assembléias gerais realizadas ontem, pelos diversos sindicatos de bancários. No Pará, Amapá, Bauru, Brasília, Pernambuco, Salvador, Sergipe, Maranhão, Rio Grande do Norte e Irecê (BA), os bancários já estavam em greve aprovada por assembléia e permanecerão de braços cruzados até que uma proposta digna seja apresentada pelas empresas.
A greve foi uma das estratégias de luta buscada pelos trabalhadores depois da rodada de negociação do dia 24, em que os bancos ofereceram reajuste de 7,5% (apenas 0,35% acima da inflação de 7,15% medida pelo INPC do IBGE) sobre todas as verbas salariais, inclusive na PLR. Com essa proposta, os bancos pagariam este ano uma PLR menor do que no ano passado. O Comando Nacional avaliou a sugestão dos banqueiros como inaceitável, rejeitando no ato a proposta.
Depois desta rodada, os bancários realizaram em todo o Brasil uma paralisação de 24 horas na tentativa de pressionar as empresas e resgatar uma proposta digna, mas os bancos não se mostraram sensibilizados e apostaram no confronto. Sem acordo e abertura para negociação por parte das empresas, aos bancários restou o caminho da greve por tempo indeterminado.
BANCO DA AMAZÔNIA – A greve cresce forte. Hoje, no terceiro dia de paralisação das atividades, mais empregados ficaram no lado de fora da matriz, mostrando sua insatisfação diante da postura do Banco da Amazônia nas negociações específicas, onde praticamente todas as cláusulas novas reivindicadas pelos trabalhadores foram negadas. “Questões importantes precisam ser resolvidas e nada melhor do que tratar isso agora, na Campanha Salarial”, avaliou Sergio Trindade, presidente da AEBA.
Para Sergio, a greve tende a ganhar força já que a partir de hoje, bancários de todo o Brasil se juntaram ao movimento, mostrando que os trabalhadores estão unidos e organizados nacionalmente. Este é o momento de consolidação da greve. “Aqui no Banco da Amazônia ainda precisamos ampliar a paralisação e para isso é fundamental a participação e mobilização de cada empregado. Precisamos mostrar uma mobilização forte porque só assim buscaremos não apenas um índice de reajuste melhor, mas também todas as demais cláusulas negociadas com a Fenaban, que talvez o Banco da Amazônia nem acompanhe. Dizer que apenas está empenhado em seguir não nos satisfaz. Isso é inadmissível, pois somos bancários como todos os outros e merecemos os mesmos direitos”, enfatizou.