Banco da Amazônia

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"Os bancários acabam de dar mais uma grande demonstração de sua organização, de sua determinação de luta e de sua percepção de que sua força para conquistar direitos reside na capacidade de juntar todos esses atributos com a unidade de ação. Foi isso que permitiu aos bancários mais uma campanha vitoriosa, que serve de exemplo a todos os trabalhadores brasileiros. E por isso todos os bancários e bancárias estão de parabéns."

Assim o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários, Carlos Cordeiro, avalia o resultado da campanha nacional, que acrescentou novas conquistas à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) 2009/2010, assinada com a Fenaban no dia 19 de outubro. A greve continua no BNB e no Banese.

Com a maior greve da categoria em mais de duas décadas, que parou 7.200 agências de bancos públicos e privados nos 26 Estados e no Distrito Federal, os bancários obtiveram conquistas importantes na campanha nacional: aumento real pelo sexto ano consecutivo em todas as verbas salariais, a melhor PLR desde a sua implantação em 1995, a abertura de 15 mil novos postos de trabalho no Banco do Brasil e na Caixa, licença-maternidade de 180 dias em todos os bancos, inclusão pela primeira vez na Convenção Coletiva de programa de reabilitação profissional, instalação de comitês de ética para combater o assédio moral no BB e na Caixa, além de outros importantes avanços nas cláusulas sociais, como na igualdade de oportunidades, o reconhecimento dos direitos legais nas relações homoafetivas e a reativação das comissões para discutir saúde e segurança bancária.

Força da greve arranca proposta

A campanha nacional começou este ano com a estratégia clara dos bancos de interromper a série de aumentos reais de salário que a categoria vinha conquistando desde 2004 e de reduzir de 15% para 5,5% do lucro líquido o montante da PLR a ser distribuído aos trabalhadores. Para conter a participação da categoria e reprimir a greve, os bancos mais uma vez usaram e abusaram dos interditos proibitórios e chegaram a montar uma estratégia de repressão com a polícia militar, como foi descoberto e denunciado pelo Sindicato de São Paulo.

"Os bancários deram uma resposta à altura à provocação dos banqueiros e fizeram uma das maiores greves da categoria. Foi com certeza a que contou com a maior participação de trabalhadores de bancos privados desde a paralisação histórica de 1985. Foi a força e a unidade dessa mobilização que arrancou dos bancos a nova proposta e as novas conquistas, passando por cima dos interditos proibitórios", afirma Carlos Cordeiro.

A construção da unidade

O presidente da Contraf-CUT considera que também contribuíram para o êxito da campanha a estratégia de unidade nacional que vem sendo buscada desde 2003 e o caráter democrático da construção da pauta de reivindicações. A campanha deste ano na verdade começou logo que foi fechado o acordo do ano passado, com o prosseguimento das discussões nas mesas temáticas de questões importantes para a categoria, como a igualdade de oportunidades, a segurança bancária, a necessidade de implementação de políticas de combate ao assédio moral e às metas abusivas e a busca de um novo modelo de PLR, que fosse mais simples, transparente e justa para os bancários.

A pauta de reivindicações começou a ser discutida pela categoria ainda em abril, quando o Comando Nacional dos Bancários se reuniu em São Paulo para planejar a campanha. Entre maio e junho, os sindicatos realizaram consultas em todo o país para conhecer os principais problemas e as reivindicações dos bancários, reforçadas por uma pesquisa nacional encomenda pelo Comando. Os resultados das consultas nortearam os debates nas assembleias dos sindicatos e nas conferências regionais, cujos resultados foram encaminhados para aprovação final da 11ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada entre 17 e 19 de julho.

"A busca incessante da unidade nacional da categoria e a maior participação possível dos bancários nos debates e processos de tomada de decisão foram e são dois princípios básicos que sempre perseguimos, porque acreditamos serem elas as nossas armas mais importantes no embate com o patronato, o que ficou comprovado mais uma vez na campanha deste ano", diz Carlos Cordeiro.

Os próximos desafios

É por causa da unidade nacional, do esforço permanente pelo fortalecimento da organização e do exercício da participação democrática que os bancários são a única categoria profissional com múltiplas empresas que possuem uma única Convenção Coletiva de Trabalho, que garante os mesmos direitos a todos os trabalhadores de todos os bancos, públicos e privados, em todo o país.

"Foi assim que a categoria bancária obteve todas as suas conquistas através da história", lembra o presidente da Contraf-CUT. "Mas apesar do êxito de mais uma campanha, restam ainda muitas coisas a conquistar, que passarão pelas negociações permanentes banco a banco, como o fim do assédio moral e das metas abusivas, a garantia de emprego nos processos de fusão, a contratação de mais bancários para diminuir a carga de trabalho e melhorar o atendimento à população, mais segurança contra assaltos, previdência complementar e igualdade de oportunidades para todos. O nosso desafio agora é mantermos a unidade, aperfeiçoarmos a organização e partirmos em busca de novas conquistas."

Fonte: Contraf-CUT

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