O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quinta-feira (13) que o governo realizará um corte de cerca de R$ 10 bilhões nos gastos de custeio dos ministérios neste ano. "[O corte] será algo em torno de R$ 10 bilhões", disse ele.
O bloqueio de verbas se soma ao contingenciamento de R$ 21,8 bilhões já autorizado pelo Executivo, no orçamento de 2010, no mês de março. "Será um complemento do contingenciamento já anunciado", afirmou Mantega.
Mais cedo, no Rio de Janeiro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já havia apontado que cortes de gastos são uma medida válida para combater a inflação. "Acredito que é uma medida válida [cortar gastos]. Qualquer ajuda é bem-vinda nesse processo [de contenção da inflação]", disse ele.
Economia aquecida
Segundo Mantega, a economia brasileira está aquecida, com um crescimento de 2% a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), nos três primeiros meses deste ano, o que, em termos anualizados, seria uma expansão de 8% a 10%.
Segundo Mantega, a economia brasileira está aquecida, com um crescimento de 2% a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), nos três primeiros meses deste ano, o que, em termos anualizados, seria uma expansão de 8% a 10%.
"A economia está aquecida. Não está superaquecida. A melhor maneira de jogar água na fervura é diminuir os gastos de custeio do governo. É um sacrifício que os ministérios vão ter de fazer", disse ele a jornalistas.
Impacto ‘na veia’
De acordo com Mantega, o governo não vai efetuar cortes, porém, nas despesas com investimentos e com os programas sociais. Diferentemente do aumento da taxa básica de juros, que demora até seis meses para ter impacto pleno na economia, Mantega disse que os bloqueios de gastos no orçamento têm impacto imediato. "Faz na veia. Diminui a disponibilidade de gastos", afirmou.
De acordo com Mantega, o governo não vai efetuar cortes, porém, nas despesas com investimentos e com os programas sociais. Diferentemente do aumento da taxa básica de juros, que demora até seis meses para ter impacto pleno na economia, Mantega disse que os bloqueios de gastos no orçamento têm impacto imediato. "Faz na veia. Diminui a disponibilidade de gastos", afirmou.
Segundo avaliação do ministro, o novo corte de despesas é um "bom sinal" para a economia brasileira. "É absolutamente normal que o Estado faça um papel cíclico ou contra-cíclico [conter gastos em um momento de forte crescimento]", disse Mantega. Ele afirmou ainda que o governo "não deixará" acontecer um crescimento de 7% neste ano, conforme estimativas de alguns analistas do setor privado.
Preocupação com a inflação
A preocupação neste momento é com o crescimento da inflação. Economistas dos bancos projetam um Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de 5,50% para este ano, ou seja, bem acima da meta central de 4,50% definida para o ano de 2010.
A preocupação neste momento é com o crescimento da inflação. Economistas dos bancos projetam um Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) de 5,50% para este ano, ou seja, bem acima da meta central de 4,50% definida para o ano de 2010.
Pelo sistema de metas de inflação, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, de modo que o IPCA pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC age, por meio da definição da taxa de juros, para que a inflação convirja para a meta central.
Ao diminuir seus gastos, o governo atua para conter a demanda por produtos e serviços, o que pode ter impacto nas decisões futuras do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros. Atualmente, os juros estão em 9,5% ao ano, após uma elevação de 0,75 ponto percentual no mês passado. Analistas projetam várias novas elevações da taxa no decorrer deste ano que, segundo suas estimativas, chegaria a 11,75% ao ano no fim de 2010.