No primeiro trimestre, PIB brasileiro teve expansão de 2,7%.
Para 2010, ministro aposta em avanço de 7% para a economia.
Para 2010, ministro aposta em avanço de 7% para a economia.
O ministro da Fazenda Guido Mantega disse nesta segunda-feira (30) que estima que o Brasil tenha crescido entre 0,5% e 1% no segundo trimestre. Os números oficiais serão divulgados na sexta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos primeiros três meses deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,7% sobre o trimestre anterior.
Para 2010, Mantega aposta em avanço de 7% para a economia, o que, segundo ele, seria o maior crescimento do PIB em 24 anos. "O Brasil está junto com os países que mais crescem e não é um crescimento pontual, mas o resultado de um processo. Já tivemos nos últimos seis, sete anos, um PIB maior e crescendo.
Nos próximos anos, Mantega acredita que o ritmo de expansão deva se manter em 5,5% e classificou como "pessimistas" as previsões de 4,5% em 2011 feitas pelo mercado. O ministro estima que os investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo cheguem a 22% do PIB.
O ministro destacou as virtudes do modelo econômico do governo Lula, entre elas a forte geração de empregos, e previu a criação de 2 milhões de vagas para 2010.
Próximo governo
Para Mantega, o próximo governo terá condições de manter o crescimento da economia. Ele citou as propostas do PAC 2, a continuidade do Minha Casa, Minha Vida e o projeto de reforma tributária como exemplos de condições facilitadas para o cenário de expansão econômica nos proximos anos.
Para Mantega, o próximo governo terá condições de manter o crescimento da economia. Ele citou as propostas do PAC 2, a continuidade do Minha Casa, Minha Vida e o projeto de reforma tributária como exemplos de condições facilitadas para o cenário de expansão econômica nos proximos anos.
Entre os desafios para o próximo presidente eleito, Mantega destacou a modernização da estrutura financeiro brasileiro, como a ampliação do mercado de debêntures como fonte de financiamento, e a maior participação dos bancos privados no financiamento de longo praazo da produção.
“Qualquer governo dará continuidade a essa política, mesmo porque a população exigirá isso", afirmou o ministro. "O Brasil reúne todas as condições para dar continuidade a esse processo de crescimento sustentável baseado no investimento no mercaco interno se o próximo governo souber enfrentar todos esses desafios que estão aí colocados".
Conta corrente
Segundo o ministro, o crescimento do déficit em transações correntes do Brasil é decorrente da crise, que reduziu as exportações e fez com que as empresas enviassem mais lucros e dividendos ao exterior, e deve se prolongar pelos próximos dois anos.
Segundo o ministro, o crescimento do déficit em transações correntes do Brasil é decorrente da crise, que reduziu as exportações e fez com que as empresas enviassem mais lucros e dividendos ao exterior, e deve se prolongar pelos próximos dois anos.
"Não é um problema estrutural, é passageiro, podemos reverter isso. Pelos próximos dois anos ainda haverá déficit em conta corrente, mas eu acredito que haverá recuperação da economia mundial a partir de 2012 que acelerará as exportações". "A nossa dívida externa caiu e hoje é menor que as reservas, então é uma situação confortável".
"Não queremos cair no protecionismo, acho ruim para todo mundo o protecionismo, mas também não vamos ficar assistindo países que praticam dumping ocupar o nosso mercado. Temos que endurecer a política de comércio exterior, estimulando o comércio de países que têm um comportamento concorrencial mensal".
Desindustrialização
O ministro Mantega rebateu as declarações do presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch, que afirmou durante o mesmo evento que o crescimento das importações no Brasil faz com que o Brasil viva um período de desindustrialização.
O ministro Mantega rebateu as declarações do presidente em exercício da Fiesp, Benjamin Steinbruch, que afirmou durante o mesmo evento que o crescimento das importações no Brasil faz com que o Brasil viva um período de desindustrialização.
"Estamos vivendo mais um modelo de desindustrialização que de industrialização", afirmou Steinbruch, destacando o déficit na balança comercial de manufaturados. "Combustíveis, grãos e minério de ferro mascaram o resultado da balança", disse. "A gente não pode esperar (a recuperação da economia mundial), o Brasil é uma exceção hoje. Ele nunca esteve bem quando os outros países estavam bem, então não tem que esperar nada", afirmou o empresário, que disse, no entanto, que tais declarações nao representam criticas, mas um "apoio" ao governo.
De acordo com Mantega, a queda nas vendas dos manufaturados também é reflexo da crise, mas os investimentos garantirão o crescimento produtivo. “Eu não falaria em desindustrialização, porque os investimentos garantem que a produção vai continuar crescendo", afirmou.
Na opinião do ministro, o Brasil entrou apenas no início de um processo de bem estar social, mas ainda há muito o que melhorar para chegar mesmo a níveis dos países emergentes.
"Países emergentes têm renda per capita de US$ 30 mil. Nós subimos de US$ 3 mil para US$ 10 mil, mas ainda precisamos chegar a 25, 30. Para isso acontecer não é um governo só, são vários que têm que continuar nessa trajetória de crescimento e equilíbrio fiscal. Isso é perfeitamente possível, as bases estão lançadas. Todo mundo aposta no Brasil".
Petrobras
Sobre a definição do preço do barril de petróleo a ser usado como referência na capitalização da Petrobras, o ministro disse que nada foi decidido e qualquer novidade será informada ao mercado de acordo com as regras estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Sobre a definição do preço do barril de petróleo a ser usado como referência na capitalização da Petrobras, o ministro disse que nada foi decidido e qualquer novidade será informada ao mercado de acordo com as regras estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
"A partir de agora só nos comunicamos sobre esse assunto por fato relevante”, afirmou.
A União vai ceder até 5 bilhões de barris de petróleo no pré-sal da bacia de Santos em troca de ações da estatal, em uma operação intermediada por títulos públicos.
O aumento de capital autorizado em assembléia é de até R$ 150 bilhões, cerca de US$ 85 bilhões. Em fato relevante no ano passado, a empresa informou que a parte dos minoritários na capitalização seria entre US$ 15 e 25 bilhões, mas que esse montante poderia ser modificado.
"O Brasil tem sabido transofrmar dificuldade em oportunidade. Temos algumas distorções da economia brasileira, como o compulsório muito elevado, então pudemos baixá-lo durante a crise. Temos uma das maiores taxas de juros do mundo, entao temos espaço para baixar", afirmou.
"O Bernanke (Ben Bernanke, presidente do Banco Central dos EUA) por exemplo está desesperado buscando outras medidas porque não pode mais fazer politica monetária. E nós ainda temos um grande espaço. São desvantagens que podem virar vantagens. É lastro que nós temos para queimar".