Sindicato preparou diversos eventos para comemorar o 87ª aniversário de fundação ao lado da categoria
São Paulo – Parabéns para nós! O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região completa 87 anos nesta sexta-feira 16 com muitas conquistas a celebrar, como a PLR, a 13ª cesta-alimentação, a convenção coletiva nacional e a ampliação da licença-maternidade para 180 dias, entre tantas outras. Todos avanços obtidos com o esforço de várias gerações de trabalhadores.
Para marcar esses 87 anos de lutas ao lado da categoria e pela construção de uma sociedade mais justa, o Sindicato preparou diversos eventos, a começar pelo debate O papel da internet na democratização da informação, realizado na quinta 15 na sede da entidade. O evento contou a participação dos blogueiros Eduardo Guimarães (Cidadania.com) e Rodrigo Vianna (Escrevinhador) e teve transmissão ao vivo pelo site do Sindicato.
A comemoração continua na sexta 16 com bolos de aniversário às principais concentrações dos bancos. A entidade realiza ainda, em maio, o seminário Sistema Financeiro e Desenvolvimento no Brasil, que vai lançar livro sobre o tema.
Conquistas – A secretária-geral do Sindicato, Juvandia Moreira, destaca que os avanços obtidos pela categoria sempre foram fruto da mobilização dos trabalhadores. “Com a campanha nacional unificada, os bancários retomaram as grandes greves fortalecendo seus representantes nas mesas de negociação. Essa unidade rendeu aos funcionários de bancos públicos e privados o aumento real nos salários por seis anos consecutivos, aumento na PLR, a conquista da 13ª cesta-
alimentação entre outros avanços sociais como a ampliação da licença-maternidade de quatro meses para seis meses”, afirma o dirigente, destacando que os funcionários de bancos públicos, como o BB e a Caixa, tiveram avanços também em questões de isonomia. “Temos de manter a mesma garra em 2010 para avançar ainda mais tanto na convenção coletiva nacional quanto nos acordos específicos”, acrescenta.
Fusões – Nos últimos meses, o Sindicato também tem canalizado esforços e energia na defesa dos bancários que trabalham nas empresas no processo de fusão entre Itaú e Unibanco, Santander e Real, além de Banco do Brasil e Nossa Caixa.
A direção do Itaú Unibanco vem sofrendo forte pressão dos bancários pelo pagamento de 2,2 salários da PLR e para resolver diversos problemas causados no processo de fusão. No Santander, com a mobilização dos trabalhadores, foi sacramentada a conquista do acordo coletivo aditivo por dois anos, assegurando avanços para todos. Já no Banco do Brasil e na Nossa Caixa, as negociações e a mobilização estão garantido o aproveitamento de todos os funcionários do antigo
banco público paulista, faltando solução para os bancários do CPD.
Cidadania – As ações do Sindicato Cidadão também merecem destaque, com mais um ano de sucesso do CineB, doações para vítimas das chuvas em Santa Catarina, do terremoto no Haiti e enchentes na zona leste da capital, entre outras ações.
Houve ainda a organização de torneios de futebol – para mulheres e homens –, corrida, pesca, truco, além de confraternizações, dentre diversas outras medidas que têm como objetivo fundamental melhorar a qualidade de vida do bancário.
Trabalhador – O Sindicato se mantém atento ao movimento dos banqueiros e também juntou forças com representantes de outras categorias para a construção de uma sociedade mais justa. Entre as bandeiras está a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e o uso do interdito proibitório pelas empresas para tentar impedir os trabalhadores de exercer seu constitucional direito de greve. Para isso foram realizadas Marchas a Brasília, movimento nacional que já assegurou, dentre outras coisas, a atualização da tabela do imposto de renda e a política de
valorização do salário mínimo.
História – O primeiro dos 87 anos, em 1923, marcou a fundação do Sindicato e já mostrava o caráter de vanguarda que a entidade mantém até hoje. Desde então, já era aceita a filiação de mulheres que, à época, não tinham nem mesmo direito a voto.
A primeira grande vitória veio em 1933, com a greve que conquistou a redução da jornada de trabalho para seis horas. Outra greve histórica, em 1951, garantiu 31% de reajuste após 69 dias de paralisação, quando os bancos suspenderam o pagamento de salários e os grevistas percorriam as ruas da cidade arrecadando dinheiro para sustentar as famílias.
Em 1961 aconteceu a Greve da Dignidade, que conquistou 60% de reajuste e reforçou a luta pelo fim do trabalho aos sábados, por abonos semestrais e anuênio e pela aprovação da lei que instituiu o 13º salário. O golpe militar de 1964 iniciou um período de perseguição aos movimentos sociais e o Sindicato não foi exceção.
Em 1983, com ativa participação dos bancários nasce a Central Única dos Trabalhadores, a CUT – um ano antes, a categoria unificara sua data base nacionalmente. A maior greve de bancários do Brasil mobilizou, em 1985, cerca de 500 mil trabalhadores.
O Sindicato também marcou presença na campanha Diretas Já, em 1984, na luta pela convocação da Assembléia Constituinte, em 1985, e à frente da campanha pelo impeachment de Fernando Collor, no início dos anos 1990. Uma greve de sete dias neste período conquistou os tíquetes refeição e alimentação.
Em 1993, o Sindicato ganhou nova sede, no tradicional Edifício Martinelli. No mesmo período, a gráfica dos bancários (Bangraf) transforma-se numa das mais bem equipadas de São Paulo. A Participação nos Lucros e Resultados (1995) e a cláusula sobre igualdade de oportunidades (2001) foram conquistadas apesar do clima de retirada de direitos presente durante todo o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Seja por negociações banco a banco ou na mesa com a Fenaban, o Sindicato vem obtendo avanços aos trabalhadores. Dessa forma foi conquistada a isenção de tarifas em todas as instituições financeiras. O mesmo acontecendo, à exceção do Bradesco, com o pagamento do auxílio-educação.
Em 2004, os empregados da Caixa e do Banco do Brasil passaram a ter a mesma PLR dos funcionários dos bancos privados. Em 2005, os bancários do BB conquistaram mudança na PLR que garantiu, entre outros avanços, a distribuição linear de 4% do lucro líquido. Em 2006, veio o adicional à PLR e, em 2007, a 13º cesta-alimentação. Em 2009, a PLR foi modificada mais uma vez com a regra do adicional ficando mais clara e simples e garantindo distribuição maior.
“Com garra, construímos um Sindicato forte e continuaremos escrevendo essa história com a mesma disposição para ampliar conquistas e melhores condições de trabalho”, finaliza o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Redação – 15/04/2010