O SindBancários entrou nesta quarta-feira, dia 3, na luta contra o fechamento da agência Porto Alegre do Banco da Amazônia. A entidade enviou ofício ao presidente do banco Adbias Junior, ao presidente do Conselho de Administração, Luiz Fernando Pires Augusto, assim como entregou uma cópia do documento ao gerente da agência da capital gaúcha, Paulo Augusto Benetti. No documento propõe a abertura do diálogo com as entidades sindicais e representativas dos empregados para reverter a decisão.
Estiveram na agência os diretores Flávio Pastoriz, Ronaldo Zeni, Maristela da Rocha, Edson Ramos da Rocha, Ronaldo Gross e Jorge Luis Lucas. Na oportunidade também ficou de ser agendado um encontro entre o SindBancários e os funcionários do banco, ainda nesta semana.
O fechamento da unidade em Porto Alegre foi tomada na sexta-feira, dia 29 de janeiro, durante reunião do Conselho de Administração, e não dialoga com a política de desenvolvimento do governo federal,que é de fortalecimento dos bancos públicos.
A Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (Aeba) e a Contraf-CUT divulgaram nota repudiando a decisão. Afirmam que "o fim da agência Porto Alegre é um retrocesso".
Para as entidades, "a manutenção fundamenta-se na concepção da missão desenvolvimentista do Banco da Amazônia e, para tanto, as filiais extra-regionais têm um papel importe no fortalecimento da instituição e, em particular,no apoio às relações comerciais entre os estados do norte e sul do País".
Além de reduzir a área de atuação do banco, o fechamento da unidade em Porto Alegre prejudicará os empregados.
Confira o ofício do SindBancários:
Ofício 001/2010
Porto Alegre – RS, 3 de fevereiro de 2010
Ao
Banco da Amazônia S/A
A/C
Sr. Adbias Junior
Presidente do Banco da Amazônia
C/C
Sr. Luiz Fernando Pires Augusto
Presidente do Conselho de Administração
Prezados Senhores:
Ref.: Fechamento da agência Porto Alegre.
Ao cumprimentarmos Vossas Senhorias, vimos manifestar-lhes nossa surpresa e insatisfação diante da decisão deste Conselho de Administração do fechamento da agência Porto Alegre que, se vier a ser efetivada, reduzirá ainda mais a área de atuação do banco no País e trará sérios problemas para os funcionários e clientes.
Entendemos que essa medida, a exemplo da recente extinção da agência Rio de Janeiro, está na contramão da política de desenvolvimento econômico e social do governo federal, que é de fortalecimento dos bancos públicos para ampliar o crédito e melhorar a prestação de serviços aos clientes e usuários.
A manutenção de agências fora da Região Amazônica, como Porto Alegre, São Paulo e Brasília, é estratégia para a atuação do banco, considerando-se que muitas empresas atuam hoje em várias regiões do País e a existência de uma rede nacional é importante para qualificar o atendimento, a realização de negócios e o crescimento da instituição.
Endossamos a posição da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (Aeba) que classificou o fechamento da unidade de Porto Alegre, presente há mais de 50 anos na capital gaúcha, um retrocesso. Para a entidade representativa dos funcionários, "a manutenção fundamenta-se na concepção da missão desenvolvimentista do Banco da Amazônia e, para tanto, as filiais extra-regionais têm um papel importantíssimo no fortalecimento da instituição e, em particular, no apoio às relações comerciais do Rio Grande do Sul com os estados da região Norte do País, que sofrerão um impacto negativo nos negócios do Mercosul.
Da mesma forma, estamos preocupados com a situação dos 13 funcionários que serão prejudicados com a extinção da unidade. A maioria está para se aposentar nos próximos cinco anos e não tem como mudar de cidade ou Estado por força de uma decisão do banco.
A medida traz sérias repercussões para a vida dos empregados, principalmente com referência a remoção de suas famílias para outros lugares distantes e a enorme dificuldade que terão para se reestruturarem novamente.
Na defesa do fortalecimento do Banco da Amazônia como empresa pública, solicitamos que a decisão de fechamento da agência Porto Alegre seja revogada. Ao mesmo tempo, sugerimos a abertura de discussões com as entidades sindicais e representativas dos empregados para reforçar a atuação das unidades fora da Região Amazônica.
Ficamos no aguardo de sua resposta.
Atenciosamente
Fábio Soares Alves
Secretário-Geral
Flávio José Pastoriz
Diretor de Comunicação