A AEBA tem prestado esclarecimentos sobre o direito de greve tanto através de sua assessoria jurídica durante os piquetes, quanto em suas publicações através de notas, informativos e matérias, assegurando que o direito de greve é uma opção legítima, legal e constitucional e todos os trabalhadores, portanto, estão amparados e para exercer esse direito.
Em atitude considerada autoritária, repressora e antidemocrática, toda a sociedade tem tomado conhecimento através da imprensa de que o Governo pretende cortar os pontos dos trabalhadores em greve. A AEBA e várias entidades repudiam e externam seu desacordo com tal atitude defendida pela presidenta Dilma Roussef.
De acordo com a realidade exposta acima, a Associação reproduz na íntegra nota da Frente Nacional de Oposição Bancária, que conclama os bancários em todo o país a intensificarem o movimento diante das tais ameaças. Leia abaixo:
Exigimos negociação já. Não às ameaças ao direito de greve
Após duas semanas de paralisação nacional, os bancários seguem sem nenhuma proposta, tanto no que se refere às questões econômicas, discutidas na mesa da Fenaban, quanto em relação às demais reivindicações da pauta específica, entregue há mais de um mês às diretorias do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia.
O governo Dilma poderia encaminhar o fim das greves nesses bancos, com a apresentação de uma proposta que contemple as reivindicações da categoria. O BRB, o Banco do Pará e o Banrisul apostaram nas negociações específicas e, dois destes três bancos, resolveram rapidamente suas negociações. Os bancos públicos federais, no entanto, nem tentaram solução alguma, e hoje se escondem atrás da negociação da Fenaban, que também não avançou um milímetro sequer desde a deflagração da greve.
Essa postura intransigente do governo federal já tinha sido anunciada pela própria presidenta Dilma, quando disse que as estatais não deveriam dar reajustes superiores à inflação em 2011 nem em 2012. E esta postura de conflito vem marcando a negociação também de outras greves, como a dos servidores das universidades federais e a dos Correios. Nesta última greve, além de não negociar, o governo recorreu ao TST e cortou o salário dos grevistas.
Não é esse o caminho que queremos para a greve dos bancários. Porém, conforme parte da imprensa divulgou nos últimos dias, incluindo veículos tradicionais como a Folha e o portal UOL, Dilma teria anunciado que as diretorias do BB e da CEF cortariam o ponto dos grevistas, tal como ocorreu nos Correios.
Tal medida, se efetivada, consistiria num ataque inaceitável ao direito de greve e uma atitude intimidadora e truculenta contra uma categoria que não recebeu uma proposta sequer desde que iniciou sua paralisação. O tempo das ameaças e desrespeito contra o livre direito de greve deveriam ter ficado para trás, nas eras Collor e FHC. Não podemos aceitar que tal prática volte a pautar a resolução dos dissídios coletivos no atual governo.
Diante da realidade já aplicada em outras categorias e da ameaça de corte de ponto dos bancários de instituições públicas federais, nós defendemos uma forte reação do movimento grevista e sindical, começando com a aprovação de moções contra este possível ataque, além de manifestações em todos os estados pelo legítimo direito de greve e pela abertura imediata de negociações por parte do governo federal e da Fenaban.
Por fim, propomos que as centrais sindicais e confederações que atuam e representam a categoria construam, unitariamente, um ato nacional em Brasília para rechaçar essas ameaças e exigir a negociação com as diretorias de BB, CEF, BNB e BASA.
Frente Nacional de Oposição Bancária
Fonte: AFBNB, com informações da Frente Nacional de Oposição Bancária