Desde o inicio da greve dos Bancários, a direção do Banco da Amazônia, em nenhum momento, havia se pronunciado sobre qualquer proposta. Nas duas rodadas de negociação que ocorreram antes da greve, o Banco não tinha qualquer proposta. Ontem, pela primeira vez, depois de 19 dias de greve, o Banco da Amazônia chamou as entidades para apresentar uma proposta.
A proposta apresentada pelo Banco não contemplava em nada as reivindicações dos trabalhadores do Banco, nem avançava em nada na pauta específica. Além do reajuste pífio de 9% proposto pela FENABAN e aceito pela CONTRAF-CUT, o Banco de forma indecorosa apresentou um reajuste no piso, já incluindo 1/3 de gratificação, para novos ingressos, mas que não incidiria sobre os demais trabalhadores. Como se não bastasse, o Banco ainda apresentou a proposta de reposição dos dias parados até o dia 15/12.
Essa proposta é uma ofensa aos trabalhadores do Banco. Não valoriza em nada o trabalho, nem dá possibilidade de crescimento na empresa. O Banco não apresentou nada sobre PCS, Reembolso do Plano de Saúde e Isonomia do Piso Salarial com os demais bancos públicos federais.
Durante a negociação com o Banco, a AEBA e o Sindicato dos Bancários do Maranhão apresentaram como proposta para a equiparação com o piso de 2010 do Banco do Brasil, ou seja, passar o piso para R$1.600,00. Esse piso é menor do que o BB vai receber hoje com a aprovação do Acordo Nacional, onde passou de R$1.600 para R$1.760,00, e bem menor que o piso do BRB, que hoje está em R$1.900,00. Essa foi a tentativa das entidades de negociar de forma séria com o Banco.
O Banco endureceu e não apresentou nenhuma outra proposta, e permaneceu com a proposta indecente e muito rebaixada que apresentou para a categoria. Por isso, a assembléia dos trabalhadores do Banco que, ocorreu no dia 17, REJEITOU POR UNANIMIDADE a proposta. Essa votação foi uma importante deliberação sobre o movimento grevista. A Assembléia contava com a participação de mais de 130 trabalhadores, expressão da força e da determinação da categoria na greve.
Reafirmamos a posição da AEBA nessa greve de continuar firme nas mobilizações e na greve para conseguir avançar na pauta específica, que há anos foi esquecida pela CONTRAF-CUT e SEEB-PA. Esse ano, a Campanha Salarial é pela pauta específica. E por isso, reafirmamos nossa pauta:
1. Novo PCS, já
2. Isonomia de Piso Salarial com os demais bancos públicos federais. (R$ 1.600,00)
3. Ponto Eletrônico.
4. Reajuste no reembolso do Plano de Saúde.
5. Isenção de Tarifas para os Empregados
6. Retorno do Programa de Educação Continuada
7. Isonomia de acesso do Quadro de Apoio a Funções Comissionadas.
8. Revisão do Novo Modelo de Negócios do Banco
9. Revogação da NP 118
10. Revogação do Seguro Para os alto-executivos do Banco.
Breve (e Importante) Balanço da Assembléia dos Bancários do BASA.
Na segunda-feira, dia 17/10, foi realizada as assembléias dos trabalhadores bancários em greve – BASA, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Bancos Privados, que estavam reunidos para decidir sobre os rumos da greve.
A assembléia dos trabalhadores do BASA era maior que a do Banco do Brasil, com cerca 130 trabalhadores. Expressão da indignação da categoria com a direção do Banco e com o governo Dilma. Os diretores da AEBA mostravam claramente que o debate dessa campanha salarial não está no debate do reajuste da FENABAN, mas sim na pauta específica do Banco, que a muitos anos foi abandonada pelo SEEB-PA, e agora a AEBA, trás de volta a tona e luta por ela junto com as demais entidades.
Apesar de a proposta ter sido rejeitada por unanimidade, o SEEB-PA aplicou um duro golpe totalitário contra os trabalhadores do BASA. Primeiramente, a diretoria do SEEB-PA quis impedir, a presidente da AFBEPA de fazer uma saudação a greve e a luta dos trabalhadores do BASA. A base rejeitou essa postura antidemocrática do SEEB-PA e reivindicou que a AFBEPA fizesse a saudação e colocasse sua intervenção na Assembléia. Ao perceber que os trabalhadores pediram democracia a direção do sindicato teve que recuar.
Outro momento desagradável da assembléia do BASA foi quando o presidente da AEBA fez o encaminhamento de votar na assembléia a participação da AEBA na mesa de negociação com o Banco. Muitos diretores do Sindicato usaram a palavra apenas para atacar a AEBA e defender contrária a participação da AEBA na negociação. O argumento da diretoria sindical era que a AEBA não tem prerrogativa legal de assinar Acordo Coletivo de Trabalho. A AEBA nunca propôs isso. A AEBA propõe participar, acompanhar, auxiliar nas negociações e não assinar o ACT. Mas de maneira antidemocrática, a Presidente do Sindicato disse que a Assembléia não poderia decidir sobre isso. Então onde é decidido? No Congresso dos Empregados do BASA aconteceu à mesma coisa, a direção sindical se recusou a votar a participação da AEBA na mesa de negociação e fugiu do Congresso. Na assembléia até a postura vergonhosa de fugir levando o microfone foi repetida, não por coincidência pelo mesmo diretor que fez a mesma coisa no Congresso.
A AEBA reafirma seu compromisso com a unidade e com a democracia no movimento sindical. Queremos continuar juntos com o SEEB-PA na greve, com unidade e democracia para garantir o debate de idéias com os trabalhadores. Infelizmente, o SEEB-PA caminha em sentido contrário, tentando isolar a AEBA e não aceitando que a base decida sobre a participação da Associação nas negociações. E ter um trato grosseiro com os trabalhadores do Banco e machista com as trabalhadoras, isso porque diretores do sindicato ameaçavam aos gritos os trabalhadores e queriam intimidar as trabalhadoras do Banco. Essa postura deve ser revista pela entidade sindical que deve buscar construir junto com a AEBA a unidade nas lutas e nas negociações.