É agora colegas do Banco da Amazônia! Este é o momento mais importante do movimento Grevista!
Quem poderia um dia imaginar que Wall Stret seria ocupada por manifestantes que protestam contra o Sistema Financeiro Norte-Americano? Quem poderia prever que em 4 meses o Norte da África sofreria mais mudanças políticas que em 20 anos? Entre Wall Street e o Egito, ou Líbia, temos um ponto em comum, trabalhadores indo à luta, para protestar contra a crise econômica e o sistema financeiro que destrói o poder de compra dos trabalhadores americanos, e os bancos continuam lucrando. Ou como na “primavera Árabe” na luta contra as ditaduras na busca por direitos democráticos. A luta, a unidade e a determinação pela vitória motivaram esses trabalhadores, desempregados, jovens, idosos, homens e mulheres, a irem às ruas, as greves para conquistar seus direitos.
Salvo as devidas proporções estão os trabalhadores do BASA em luta. As condições de emprego e salário são humilhantes (menor piso entre os bancos federais, PCS de 17 anos completamente defasado, assédio moral, metas abusivas, etc) além de uma situação subjetiva (é um banco onde Lula e Dilma despreza, é tratado pelo Governo Federal, Tucano ou Petista, como um “banco de segundo escalão”). Isso já dá condições suficientes para os trabalhadores do Banco e revoltem e irem à greve e fazerem uma poderosa greve, como está sendo feita.
E para os trabalhadores do Banco, temos um novo, e importante, fator nessa greve: A AEBA, atuante e de luta. Desde o inicio nossa Associação vem trabalhando no sentido de construir a pauta dos trabalhadores e defende-la, fortalecer a greve e os piquetes. A AEBA esta na luta nessa campanha salarial, de forma coerente, defendendo os direitos dos colegas de Banco. No Congresso Estadual dos Bancários, defendeu um reajuste de 25%, que representava o inicio para a reposição das perdas históricas, e a CONTRAF-CUT 12,8%, isso com a intenção de não fazer a greve nos bancos públicos contra Dilma. No Congresso dos Trabalhadores do Banco da Amazônia, a AEBA estava presente e votou todas as resoluções importantes, discutiu o PCS e construiu toda a pauta especifica do Banco. Colocou em votação a participação da AEBA na mesa de negociação, e o SEEB-PA de forma totalitária, não encaminhou a votação, e fugiu do Congresso. Mas durante a greve a AEBA mostrou como é que se luta com unidade. Estava todo dia, o dia todo, nos piquetes, nos atos, chamava o sindicato para participar, para construir. Nossa Associação está de Parabéns, pela maturidade política e conseqüência nos debates.
Mas após 23 dias de uma forte greve, alguns companheiros começam a temer, já que a CONTRAF-CUT e o SEEB-PA traíram a greve dos outros bancos públicos, quando orientaram a aceitação do Acordo rebaixado em todo o país, para o BB e a Caixa. A CONTRAF-CUT desmontou a mais forte greve do BB dos últimos 20 anos. Mas isso não irá acontecer com o BASA, pois aqui temos a AEBA. E a AEBA tem compromisso e responsabilidade com os trabalhadores. A CONTRAF-CUT e SEEB-PA para desmontar e trair a greve do BB colocou a “culpa” dizendo que “Houve consenso na Assembléia de que a proposta apresentada pelo Banco do Brasil foi insuficiente e muito aquém de nossas expectativas. Entretanto, pesou, na decisão da Assembléia, o fato de que a maioria absoluta de outras bases estaduais de grande peso como Brasília e São Paulo, já haviam aceitado a proposta da empresa.” (retirado: http://bancariospa.org.br/clipping-online/banco-do-brasil/2061-assembleia-do-banco-do-brasil-decide-voltar-ao-trabalho-nesta-terca-18-encerrando-a-greve-de-21-dias) Mas quem propôs que os bancários do BB e da Caixa aceitassem em São Paulo e Brasília, foi à própria CONTRAF-CUT, tão defendida pelo SEEB-PA, que assume “o Comando recomenda a aprovação da proposta pelas assembléias que serão realizadas pelos sindicatos na segunda-feira (17), em todo o país.”(http://www.contrafcut.org.br/noticias.asp?CodNoticia=28395). É ai que reside à contradição política do discurso do SEEB-PA e da CONTRAF-CUT: defender proposta rebaixada para acabar com uma greve forte, apenas para preservar o Governo Dilma.
Mas esse argumento não pode ser repetido no BASA. Primeiramente, o Banco é autônomo em relação ao BB e a Caixa. Segundo, a direção geral do Banco e a maior quantidade de trabalhadores do Banco não estão em São Paulo ou Brasília, estão no Pará, então qual será a desculpa do SEEB-PA para desmontar e trair a greve no BASA? De que não podemos fazer a greve sem BB e Caixa? Quem disse que não? E por que não?
Os argumentos da CONTRAF-CUT para desmontar a greve no BASA serão os mesmos utilizados para desmontar a greve no BB e na Caixa. Assim como ninguém poderia afirmar que o mundo em 2011 seria sacudido por lutas imensas que mudariam países inteiros, não poderá ser a CONTRAF-CUT e SEEB-PA que decretará a derrota da nossa greve.