A greve nacional dos bancários começou no dia 27 de Setembro, onde os trabalhadores do BASA tiveram uma forte adesão ao movimento grevista. Isso se deve principalmente à péssima remuneração paga pelo Banco e pelos desmandos da atual diretoria. Desde o início da greve a diretoria do Banco adotou uma campanha falaciosa na tentativa de enfraquecer a adesão de seus trabalhadores ao movimento. A falácia buscava vender a idéia de que intransigentes eram os trabalhadores que não entendiam o momento de fragilidade da instituição e que se as reivindicações específicas fossem atendidas quebrariam o Banco. Na realidade sabemos que a falta de comprometimento com o Banco da Amazônia parte de sua diretoria e de uma forma completamente equivocada de gestão para um Banco essencialmente fomentador e com seus trabalhadores historicamente orientados para esse fim.
Pauta Específica
Mesmo antes da campanha salarial a AEBA já se preparava para sua atuação. A Associação realizou inúmeras reuniões e visitas às agências que oportunizaram a montagem das pautas de reivindicação, onde foi confirmado a grande expectativa em se avançar nas cláusulas específica, que viria a ser a principal direcionadora da luta para 2011/2012. Entre as essenciais reivindicações figuravam o reembolso do plano de saúde, PCS e melhoria no piso salarial, também a instalação do ponto eletrônico. Intransigente configura-se a diretoria do Banco, que em nenhum momento se dispôs a reconhecer o trabalho de nossa categoria. Chegou a apresentar duas propostas absurdas e ridicularizava o papel do trabalhador traduzido no verdadeiro desprezo da instituição ao ignorar a importância do seus trabalhadores.
Chegamos ao dissídio por intransigência da própria diretoria do Banco, que se negou durante todo o processo e ainda se abstém de negociar de forma justa com a categoria. Mandar para o dissídio foi a forma que a diretoria do Banco encontrou para não atender a pauta especifica, pois sabe das limitações legais do TST, e praticamente só discute o índice de reajuste. Contudo, mesmo com 38 dias de greve, nos sentimos fortalecidos, pois temos a certeza que desempenhamos um bom trabalho no Banco, mas que a atual diretoria faz de tudo para levar o BASA à catástrofe. Além de seguir um modelo de gestão aristocrático, arcaico e desrespeitoso, e acima de tudo, sem qualquer habilidade para negociar e resolver os problemas da instituição. A diretoria do Banco não senta e não negocia com seus funcionários. Nossa luta é justa, por salário, por saúde, por melhores condições de trabalho e melhor sobrevivência de nossas famílias.
Visitas à Matriz
Todas as manhãs representantes da AEBA e de outras entidades representativas dos bancários visitam as dependências do BASA para esclarecer a categoria. Na manhã de hoje Beatriz Paiva do SEEB-RN e Targino Junior do SEEB-MA, ambos da Frente de Oposição Bancária e funcionários da Caixa Econômica Federal estão em Belém em apoio ao movimento grevista dos empregados do Banco da Amazônia que este ano protagonizam uma greve histórica estimulada pela imensa insatisfação e desgaste com relação às condições de trabalho e vida. Para Beatriz Paiva “Essa greve histórica dos empregados do BASA serve como exemplo para toda a categoria bancária e é por isso que estamos aqui prestando solidariedade à força destes trabalhadores”. Targino Júnior destacou “O BASA não demonstra nenhuma sensibilidade com a situação dos seus trabalhadores, mesmo com a categoria evidenciando que não está nenhum pouco convencido com o atual modo de gestão a diretoria do Banco não se movimenta para atender seus trabalhadores, nem o clamor de que as propostas oferecidas não servem para os trabalhadores estremece a absurda intransigência da diretoria”.
Silvio Kanner afirmou durante as visitas que “Não era vontade da AEBA que chegássemos até o dissídio, o Banco nos forçou a isso, pois não havia condição alguma de aceitar a vergonhosa proposta apresentada pela instituição ao trabalhador que tem uma relação histórica com o BASA”.
Durante a audiência de conciliação a AEBA tentou de todas as formas estabelecer um acordo com os representantes do Banco da Amazônia que na contramão se manteve inerte às proposições das entidades e também da Ministra Instrutora Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Vice-Presidente do Colendo Tribunal Superior do Trabalho, que avaliou a pertinência sugeriu aumento do reembolso saúde congelado desde 2004.
Beatriz Paiva do SEEB-RN e Silvio Kanner em uma conversa com os bancários da Matriz
Confira os vídeos com o depoimento de Beatriz Paiva e Targino Junior onde esclarecem a categoria e justificam seu apoio ao movimento grevista do Banco da Amazônia!