Os jornais divulgaram ontem, 14, o balanço do Banco da Amazônia. Nossa instituição apresentou um resultado de R$ 78,5 milhões. Estamos no quinto ano de gestão do atual presidente da empresa e desde então, o Banco não conseguiu consolidar uma trajetória de estabilidade na lucratividade, vivemos oscilações, mas com tendência de redução da lucratividade.
Nesses cinco anos de gestão, a instituição claramente retrocedeu. O plano de reorganização da estrutura de pessoal denominado “Novo Modelo de Negócios”, que deveria ampliar a participação do Banco no crédito comercial (chamado crédito de sustentação, não produziu os resultados esperados, além de, desorganizar o fomento. A implantação da segmentação também, não gerou os efeitos desejados, basta ver que a maioria dos recursos do Banco estão entesourados. A relação carteira de crédito ativos totais não melhorou.
Nesses cinco anos, acumulamos problemas estruturais e vivemos à beira de um colapso tecnológico. O último projeto de reformulação tecnológica é um contrato traumático, e desde 2004, a Diretoria não pensou em novos rumos e novas estratégias tecnológicas. A Diretoria restringiu o espaço gerencial de crítica e sugestão de soluções – os gestores são obrigados a sempre concordar, e a Diretoria se arvorou a dona da verdade.
Com o novo modelo de negócios e a fragilidade tecnológica, o fomento enfrenta problemas graves – uma vez que, a pressão pela aplicação de recursos por parte dos órgãos de controle permanece, porém, o Banco não tem uma política e estratégia bem definidas para aplicação / gestão de recursos do fomento, os resultados são provisões que sangram os resultados da carteira comercial.
Em termos operacionais o Banco está retrocedendo. Além disso, se tornaram comuns ações megalomaníacas da Diretoria como o evento “Melhores da Amazônia”, as festas de fim de ano, as atividades do Círio de Nazaré, os privilégio de Diretores, o seguro de altos executivos, a compra de árvores de natal de papelão, que além do mau gosto, custaram caro ao Banco.
Temos apenas dois caminhos: mudamos a Presidência do Banco e o núcleo duro da Diretoria, ou esta diretoria passa a agir com mais humildade – reconhece que enfrenta problemas e passa a escutar as sugestões de quem entende os problemas, e encontra soluções cotidianas diante da falta de soluções de gestão: os empregados do Banco.
Não adianta afirmar que todos têm responsabilidade por esses resultados. Isso é um argumento que tenta diluir responsabilidade e confundir o diagnóstico. Quem dirige é a Diretoria, a Direção, a responsabilidade é sim integralmente da Diretoria.
Cálculo da PLR
Com base na decisão do Dissídio Coletivo, o Banco deverá distribuir 9,25% do lucro na forma de PLR. Isso significa R$ 7,45 milhões. Segundo o critério de distribuição, 60% desse valor deverá ser distribuído linearmente, isto é, R$ 4,47 Milhões. Esse valor deverá ser distribuído para 3.085 empregados linearmente, guardada a proporção do tempo de trabalho durante o ano de 2011 (válido para os novos e para os que saíram da empresa) durante esse ano.
Os outros 40% de 7,45 Milhões, deverão ser distribuídos proporcionalmente ao salário, isto é, R$ 2,97 Milhões, verifica-se a partir disso, qual a proporção desse valor em relação à folha (10, 15, 20%), e aplica-se essa proporção na remuneração individual. No caso, esse valor representa 20% da folha total do Banco sem encargos.
Exemplo = Remuneração Bruta R$ 2.000,00.
Parcela linear individual – 4,47 Milhões / 3.085 = 1.448,90 (pode haver variação em virtude da proporcionalidade do tempo trabalhado em 2011).
Parcela proporcional = 20% de uma remuneração bruta = R$ 400,00
Total individual do exemplo = R$ 1.848,90 – R$ 500 = R$ 1.348,90