Banco da Amazônia

Dois caminhos e a gestão pelo medo

           

          A decisão da Diretoria do Banco da Amazônia de realizar indevidamente o desconto pecuniário dos empregados, que segundo seu controle, não compensaram a quantidade de horas da GREVE do ano passado, não nos surpreendeu, ao contrário, parecia ser a postura natural dessa diretoria que escolheu o caminho não de enfrentar os problemas do Banco e dos empregados, e sim enfrentar aqueles que colocam tais problemas na pauta.

            Não há registro, nos últimos anos de decisões da Diretoria do Banco que sejam favoráveis aos empregados.

            A decisão de realizar tal desconto é um despropósito em todos os sentidos. Primeiramente, tal decisão está em franco desacordo com a sentença proferida pelo TST no processo de Dissídio Coletivo, cujo texto, é bastante claro ao afirmar %u201Cos dias parados não serão descontados%u201D. Em segundo lugar, por que o Banco da Amazônia não tem controle de horas trabalhadas, já temos conhecimento de inúmeros casos de desconto indevido.

            Soma-se a isso o fato de todos os meses, ordinariamente o Banco já pagar os seus empregados com %u201Cdesconto%u201D na medida em que, nos paga uma remuneração que chega a ser até 40% menor que os demais Bancos. Isso é ou não um desconto em termos de remuneração do trabalho. Justamente por isso, temos perdido empregados para os demais Bancos, aprofundando os problemas em virtude da ausência de um corpo de empregados em formação para assumir os postos de gestão.

            Está mais do que claro que essa decisão pode ser classificada de mesquinha, arbitrária, revanchista, autoritária e em certa medida irresponsável, pois pode gerar mais um passivo trabalhista que poderia ser facilmente contornado, com diálogo e bom senso. Sem nenhum conteúdo, técnica ou administrativo, ou mesmo sem cabimento algum do ponto de vista da gestão de pessoas, na base da confiança e respeito à iniciativa de descontar os já parcos salários dos empregados do Banco, comprometendo inclusive verba alimentar e realizado sem autorização dos empregados, é uma medida de retaliação política e visa nos amedrontar, nos amordaçar, nos ameaçar preventivamente à campanha salarial de 2012-2013.

            O caminho escolhido pela Diretoria do Banco é o da gestão pelo medo. Procura com esse tipo de atitude enfraquecer nossa luta e nossa organização. A Diretoria do Banco da Amazônia poderia entender que essa luta é apenas um sintoma, causado pelo arrocho salarial, pela falta de previdência complementar, pelo excesso de trabalho, pelo valor extorsivo do nosso plano de saúde. Incapaz de fazer seu trabalho e resolver os problemas do Banco, a Diretoria tenta nos amordaçar para que nos voltemos a lhes dizer que esses problemas existem.

            É lamentável que a Diretoria adote esta postura justamente num momento em que se desenham ameaças contra o Banco, tais ameaças se nutrem exatamente dos problemas que o Banco acumula em virtude das orientações estratégicas da gestão.

            A Diretoria da AEBA informa a todos os empregados que já havia realizado denúncia previa no Ministério Público (confira aqui) que este abriu processo, já estamos trabalhando junto aos sindicatos para que tomem as medidas judiciais cabíveis, bem como, a AEBA também tomará medidas judiciais para reverter essa situação.

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