A AEBA participou na quinta-feira (14), em Brasília (DF), de audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado Federal para discutir o desempenho do Banco da Amazônia, ocasião em que a Senadora Kátia Abreu (PSD-TO) fez duras críticas ao desempenho do banco e principalmente à gestão do presidente Abdias Júnior. A Senadora do Tocantins classificou a situação do BASA como uma “tragédia”.
A AEBA, representada por seu presidente, Sílvio Kanner, acompanhou a audiência e seus desdobramentos com preocupação, pois por um lado, o debate pode sensibilizar o governo e permitir a mudança da Diretoria e com isso, o início de uma estratégia de recuperação do BASA, mas por outro, pode precipitar propostas radicais, como a defendida pela própria Senadora relativa à abertura do FNO para operacionalização de outros bancos.
Lamentavelmente a oposição enfrentada pelo BASA no Tocantins é um produto direto das ações da atual diretoria do banco. A “nova” estrutura organizacional voltada para o varejo bancário desestruturou o fomento nas agências, a falta de treinamento de verdade para os empregados, a falta de condições de trabalho, o desestímulo pelos baixos salários, aliada ao comportamento assediador de muitos gestores, como é exatamente o caso do Superintendente do Tocantins, o qual não foi capaz de construir boas relações no estado, contribuindo para a piora significativa da imagem do BASA no Tocantins.
Devemos lembrar a todos que anteriormente à gestão do Sr. Donizete como gestor maior do banco no Tocantins o BASA gozava de grande respeito e consideração por todos, principalmente entre os produtores rurais, ao que tudo indica estão profundamente descontentes com a recente atuação do banco no estado.
A atual gestão do BASA de fato pode ser classificada como trágica. O banco reduziu sua rentabilidade e lucratividade, elevou suas provisões, fechou unidades importantes fora da Amazônia, desestruturou as agências, apostou na terceirização e massacrou os empregados. O problema é que a oposição enfrentada pelo banco no Tocantins tem potencial nacional, uma vez que vem sendo feita pela Presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). O exemplo claro e inegável é o contrato com a COBRA em vigência há oito anos, tendo sido assinado para dois, já foram gastos de acordo com dados de 2008 mais de 180 milhões com mais de 15 aditivos e até o momento NÃO RESOLVEU NADA!
Precisamos ficar atentos e lutar para recolocar o BASA no rumo certo e com isso evitar a concessão de margem para esse tipo de crítica.
O presidente do BASA fez uma apresentação basicamente com dados do crédito de fomento e classificou, inclusive, a política salarial como a melhor dos últimos anos, uma vez que o banco tornou-se signatário da Mesa da FENABAN, mas não explicou o presidente que os índices da mesa da FENABAN, não só não corrigem, mas aprofundam as diferenças salariais que temos com os demais bancos federais. Na verdade a mesa da FENABAN é um engodo para esconder o governo e congelar os salários nos bancos públicos que têm protagonizado grandes lutas.
O que mais nos chamou atenção é que, o presidente apresentou dados do fomento, mas não organizou o BASA para o fomento. Precisamos de mudanças fortes. A primeira e mais urgente é a correção dos salários, não há como recuperar o banco antes de reajustar os salários e implantar um novo PCS! Não adianta pensar que isso somente ocorrerá quando o BASA estiver numa situação confortável. A história demonstra o contrário. Salário e condições de trabalho são premissas de empresas fortes.