O que era para unir a categoria, fortalecer a luta nacional dos bancários em vésperas da campanha salarial 2012/2013, acabou se transformando num retrocesso histórico e vergonhoso para a luta dos trabalhadores bancários brasileiros.
Durante a XIV Conferência Nacional dos Bancários, realizada no período de 20 a 22 de julho, em Curitiba (PR), que contou com a participação de pouco mais de 600 bancários de todo o Brasil, a direção majoritária da CONTRAF, hegemonizada pela CUT (central sindical governista), aprovou um pífio índice de reajuste salarial de 10,25% para nortear a campanha salarial deste ano.
Embora a delegação do SEEB PA/AP tenha apresentado uma proposta de 15%, a mesma, até agora, pouco fez para esclarecer a categoria sobre o risco que representa esse vergonhoso índice aprovado pela CONTRAF/CUT, pois já é de conhecimento da direção do Sindicato que aqui no Estado, os funcionários do Banpará vão reivindicar 15% e a direção do Banpará, tentando se antecipar, já aprovou no início de maio em reunião do Conselho de Administração do Banco, 13% de reajuste para este ano.
O percentual de 10,25%, aprovado pela CONTRAF/CUT é vergonhoso e tenta desarticular a mobilização que as bases estaduais dos sindicatos em luta estão construindo desde a campanha salarial do ano passado.
Para se ter uma ideia o que a CONTRAF/CUT, está propondo é bem menor que em 2011, quando a reivindicação foi de 12,8% e o reajuste nacional conquistado foi de 9%.
Sabemos que em uma negociação sempre há perdas. Quem entra em uma negociação pedindo 10,25% sai levando quanto?
Será que o comando nacional cometerá uma insensatez de indicar a aprovação de um reajuste igual ou menor que o do ano passado? Ou será que a situação econômica da categoria bancária no Brasil melhorou tanto que estamos nos dando ao luxo de pedir menos que em 2011?
A única explicação, inaceitável, para tamanho recuo é a necessidade de alguns grupos políticos-partidários que dirigem sindicatos ligados ao PT que controlam a CONTRAF/CUT em encurtar a mobilização da categoria em função das eleições municipais. Por isso, rebaixam os pedidos para apressar o fim da campanha salarial, o que configura, no mínimo, um desrespeito para com as reais necessidades de uma categoria que só vem perdendo poder aquisitivo nos últimos 20 anos.
A AEBA vai para cima da direção do Banco para garantir conquistas salariais para a nossa categoria e o nosso fórum privilegiado para fazermos esta reflexão será o XI ENEB, que está sendo construído pela base e que reunirá no período de 03 a 05 de agosto, em Belém, cerca de 150 participantes entre bancários e convidados.
Além da campanha por reajuste salarial, nossa pauta deve incluir também a implantação imediata do programa de ponto eletrônico; Função comissionada diferenciada para os pilotos do SPB; Estabelecimento de critérios claros para os descomissionamentos; Fim das terceirizações; Pagamento da PLR conforme Acórdão do Dissídio Coletivo; Anulação dos descontos pelas supostas horas não compensadas; Revisão do Programa de Recuperação das dívidas e Cancelamento da licitação com a empresa Vale Card.
Repudiamos o recuo vergonhoso da CONTRAF/CUT e das “vistas grossas” que faz o SEEB PA/AP em não denunciar esse ato vergonhoso.
Vamos à luta para conquistar um real e digno reajuste salarial bem acima do pífio e humilhante índice de 10,25% que a CONTRAF/CUT tenta nos impor.
Diretoria da AEBA