Por: Armando Barbosa (Colaborador Sindical da AEBA)
Que a CONTRAF-CUT não está se importando com a situação concreta dos bancários, muitos já sabem. Que a CONTRAF-CUT é um instrumento eleitoral e burocrático do PT, também muitos já sabem. Mas que a CONTRAF-CUT ganhou os carinhos de Maluf, isso é novidade.
Este ano ocorrem eleições para prefeito e vereadores em todos os municípios brasileiros. E o PT está disputando essas eleições, e tem problemas em várias capitais, mas principalmente em São Paulo. Muito de nós acompanhamos pela imprensa a aliança de Fernando Haddad e Lula (PT) com Paulo Maluf (procurado pela INTERPOL por fraudes e corrupção). Neste momento, a situação do PT na capital paulista não é das melhores. Lula participa ativamente da campanha de Fernando Haddad, na verdade quem escolheu o candidato foi Lula e não o PT. Mas ainda não emplacou, apesar do volume de dinheiro que será investido na campanha do petista.
Mas o que isso tem haver comigo funcionário do BASA aqui na Amazônia? Ou em Brasília, que nem eleição municipal tem? TUDO!
A Conferência Nacional dos Bancários 2012, que aconteceu em Curitiba (PR) definiu um índice de negociação de reajuste ridículo de 10,25%, sendo que no ano passado o índice de negociação foi de 12% e o reajuste foi 9%. Pelo visto, Maluf não está somente à esquerda de Lula, mas também da CONTRAF-CUT. Pois, pedir um índice de 10,25% para os banqueiros é um sindicalismo pelego nunca antes visto na história deste país.
Pois bem, a maioria no Congresso da CONTRAF foi de delegados ligados a direção da CONTRAF-CUT e do Sindicato dos Bancários de São Paulo, que estão envoltos pela campanha eleitoral do PT naquela capital. Pois nenhum sindicato, a não ser o Sindicato dos Bancários de São Paulo defendeu esse reajuste antes da Conferência. E de repente, os sindicatos que haviam defendido acima de 10,25% se viram defendendo o rebaixamento de suas propostas, e vem aos Estados, defender o rebaixamento do índice e achatamento salarial para todo o ano de 2012-2013 dos bancários, por um único motivo, sabem qual? A CONTRAF-CUT E O SEEB-SP QUEREM FAZER CAMPANHA PARA O PT EM SÃO PAULO E NÃO PODEM SE OCUPAR COM UM GREVE NACIONAL FORTE. Uma greve custa dinheiro para as entidades, custa tempo para os trabalhadores e isso não é o que quer o PT, nem a CUT nem a CONTRAF, nem a diretoria do SEEB-SP e PA.
Infelizmente, nós vemos a direção sindical da categoria bancária virar as costas para os trabalhadores, rebaixar a negociação salarial para não ter greve, para irem para a campanha de Haddad e São Paulo além de garantirem por parte dos Bancos volumosas doações para as campanhas.
É preciso arrancar esses corruPTos e burocratas da direção dos sindicatos, federações e confederações. Construir um sindicalismo livre e independente, voltado para os trabalhadores.