Banco da Amazônia

AEBA encaminha carta a senadores e deputados federais versando sobre os fatores que motivam a greve no Banco da Amazônia.

A carta encaminhada pela AEBA, além de esclarecer as problemáticas enfrentadas pelos empregados do Banco da Amazônia solicita apoio no sentido de que os políticos façam pronunciamento em defesa do Banco da Amazônia e dos empregados que contribuem para garantir o bom atendimento para os cidadãos da região norte; e se possível, propor ao Ministério da Fazenda e do Planejamento que adotem medidas para por fim à discriminação com os empregados do maior Banco de Fomento da Região Norte; e de ajudar nas negociações para evitar o prolongamento da GREVE como ocorreu no ano passado.

Veja a seguir a Carta na íntegra!

No dia 18 de setembro de 2012 os trabalhadores bancários iniciam uma GREVE nacional por tempo indeterminado. A greve se iniciou porque a proposta feita pela FENABAN de reajuste de 6% ao ano não atende as necessidades dos trabalhadores do setor que acumulam perdas muito maiores e diferentemente dos servidores da união os bancos não podem alegar que não dispõe de orçamento para atender as reivindicações da categoria, sendo o setor que mais lucra no país cujos ativos superam o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Neste contexto, se insere a GREVE dos empregados do Banco da Amazônia, para a qual, na condição de Associação dos Empregados desse Banco pedimos sua atenção e apoio em especial. Atualmente, a luta da nossa associação tem por objetivo por um fim à discriminação com que temos sido tratados todos esses anos, discriminação essa que se expressa, principalmente, no fato de percebermos uma remuneração muito inferior a percebida pelos empregados dos demais bancos públicos federais e de não podermos contar com os mesmos direitos.

Note senhor, que enquanto um trabalhador do Banco do Brasil ou mesmo do BNB ao ser admitido nessas instituições percebe um salário base de R$ 1.760,00, no Banco da Amazônia essa remuneração é de apenas R$ 1.300,00, representando uma diferença de 26% para menos.

A nosso ver prezado senhor, todos, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Caixa Econômica e Banco da Amazônia são empresas mistas de maioria da união, ou seja, empresas públicas cujo controle acionário e de gestão recai sobre o ministério da fazenda. Outrossim, estão expostas as mesmas leis, decretos, resoluções e regulamentos em geral, seja no caso da atividade bancária, seja na aplicação das políticas de governo, seja no crédito de fomento, seguimento em que o Banco da Amazônia representa 70% na região norte. Não compreendemos a razão, portanto de não haver compatibilidade, equiparação salarial.

A situação se agrava excelência, em razão de ser o Banco da Amazônia o único Banco Público Federal que não patrocina um plano de saúde para os empregados. No Banco do Brasil (CASSI), na Caixa Econômica Federal (Saúde CAIXA) e no BNB (CAMED) os planos de saúde são patrocinados pelos bancos de forma que a participação dos trabalhadores é de 2-3% de sua remuneração. No Banco da Amazônia em razão de não haver patrocínio contribuímos com mais de 40% do valor do plano de saúde em média.

Para tornar o quadro ainda mais difícil o Banco da Amazônia é o único Banco Publico Federal que não garante previdência complementar para seus empregados. Em virtude de problemas de diversas naturezas na Caixa de Previdência do Banco da Amazônia (CAPAF) os empregados admitidos após 1997, que hoje representam a grande maioria dos ativos da empresa não tem acesso a ao sistema de Previdência Complementar Fechada.

Tem mais excelência, os empregados do Banco da Amazônia estão submetidos ao Plano de Cargos e Salários (PCS) mais antigos da categoria Bancária. Implantado em 1994, o plano hoje com 18 anos já apresenta inúmeras distorções, ilegalidades e aberrações que prejudicam sensivelmente os empregados do Banco da Amazônia, como a grande massa de empregados que estão sem promoção. Por todas essas situações consideramos configurada a discriminação com os empregados do Banco da Amazônia, os mesmos empregados que se esforçam todos os dias para garantir a existência dessa instituição tão importante para nossa região. Que atendem produtores rurais, agricultores familiares, comerciante, empresários que fazem à econômica da Amazônia. Nossos caixas fazem débito e crédito como em todos os bancos, nossos gerentes atendem e orientam os clientes como em todos os bancos, nossos técnicos são responsáveis por análises de projetos de milhões de reais – somos sempre queridos nas cidades onde atuamos, mas não recebemos nenhum tipo de apoio e valorização por parte da diretoria do Banco, aliás, o que recebemos é discriminação.

Por fim, a contar do ano de 1995, acumulamos uma defasagem salarial em relação ao INPC da ordem de 43,43%, isso significa que para nossa remuneração alcançar o mesmo nível de 1995, o mesmo poder de compra, deveríamos receber um reajuste salarial neste percentual acima.

Sabemos excelência que não se pode resolver essa situação em apenas um ano, mas precisamos de decisões que apontem no sentido de resolver essa situação de discriminação, pois o principal agente do governo federal para o desenvolvimento da Amazônia é de longe o pior em termos de direitos e remuneração dos seus empregados. Da mesma forma temos a convicção de que o Banco da Amazônia, como instituição, tem plenas condições de resolver essa situação, os resultados permitem. Recentemente o Banco da Amazônia foi contemplado com uma capitalização de R$ 1 Bilhão, no bojo da MP 564, o que permite a empresa resolver essa situação em alguns anos.

Contamos com seu apoio no sentido de fazer um pronunciamento em defesa do Banco da Amazônia e dos empregados que contribuem para garantir o bom atendimento para os cidadãos da região norte; de se possível, propor ao Ministério da Fazenda e do Planejamento que adotem medidas para por fim a essa discriminação com os empregados do maior Banco de Fomento da Região Norte; e de ajudar nas negociações para evitar o prolongamento da GREVE como ocorreu no ano passado.

Atenciosamente,

Sílvio Kanner

Presidente da Associação dos

Empregados do Banco da Amazônia

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