Autoridades do governo sinalizam com possível reajuste; juro atual é de 7,25%
O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decide, na noite desta quarta-feira (6), sea taxa básica de juros, a Selic,serámantidaa 7,25% ao ano — o menor patamar da história. O juro básico é utilizado como referência para o custo dos empréstimos aos consumidores e empresas.
O nível de 7,25% deverá continuar em março, de acordo com os analistas consultados pela pesquisa Focus, do Banco Central, na última segunda-feira (4). Essa é também a expectativa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade).
Porém, declarações recentes do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e também do ministro da Fazenda, Guido Mantega, apontam para uma possível revisão dos atuais 7,25% — o menor nível da história. Segundo essas autoridades,o governo está desconfortável com o nível atual dos reajustes dospreços eos juros continuam a ser o principal instrumento de combate à inflação.
A atual taxa foi conquistada depoisde uma sequência de dezcortes iniciada em agosto de 2011.
Para mudar o juro básico, a autoridade monetária debate, durante duas reuniões, as condições da economia doméstica e a situação econômica do exterior. Esse foi o primeiro encontro do ano.
Entenda a Selic
A taxa básica de juros é um instrumento do governo para segurar a oferta de crédito de bancos, financeiras e das próprias lojas, ou seja, para estimular ou frear o consumo e, assim, controlar o avanço natural dos preços.
Quando a Selic sobe, o dinheiro fica mais caro e a população pega menos empréstimos — para comprar desde casas, carros e eletrodomésticos até contratar serviços, entre outros. Assim, a escalada da inflação diminui.
Ela é chamada de taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como um piso para a formação dos demais juros cobrados no mercado, que são influenciados também por outros fatores, como o risco de quem pegou o dinheiro emprestado não pagar a dívida.
Ela é usada nos empréstimos interbancários (entre bancos) e nas aplicações que os bancos fazem em títulos públicos federais. É a partir da Selic que as instituições financeiras definem também quanto vão pagar de juros nas aplicações dos seus clientes.
Ou seja, a taxa básica é o que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos, a um custo muito mais alto. Por isso, os juros que os bancos cobram dos clientes é superior à Selic.
Câmbio não é instrumento para frear inflação
As reduções da Selic provocaram uma queda nos juros cobrados pelos bancos aos consumidores e às empresas na hora de contratar empréstimos. Desde abril, as instituições financeiras vêm derrubando as taxas de operações de crédito como cheque especial, crédito consignado (descontado diretamente na folha de pagamento) e empréstimo para financiamento de veículos.
Copom
A reunião do Copom é dividida em duas sessões. Na primeira, que ocorreu na últimanesta terça-feira (5), os chefes de departamento do BC e o gerente-executivo de Relações com Investidores apresentaram análises sobre a inflação, nível de atividade econômica do País e evolução do mercado financeiro.
Da segunda sessão, nessa quarta-feira (6), participam só o presidente e diretores do BC, todos com direito a voto, além do chefe do Depep (Departamento de Estudos e Pesquisas), sem voto.
Os diretores de Política Monetária e de Política Econômica analisam as projeções para a inflação e fazem recomendações para a taxa de juros de curto prazo, em seguida todos os diretores se manifestam e apresentam eventuais propostas alternativas.
Criado em junho de 1996, o Copom tem o objetivo de estabelecer as diretrizes de política monetária e de definir a taxa de juros, nos mesmos moldes do Fed (Federal Reserve, o BC americano).
Fonte: http://noticias.r7.com/economia/noticias/banco-central-decide-hoje-se-mantem-menor-taxa-basica-de-juros-da-historia-20130306.html?question=0