Com total falta de mobilização por parte da diretoria do Sindicato dos Bancários do Pará, que só divulgou a assembleia em seu site às 11h da manhã de ontem (29), a participação dos bancários foi comprometida. Esvaziar a Assembleia era uma forma de aprovar o índice de 11,6% (5% acima da inflação) aprovado na Conferência Nacional da CONTRAF-CUT, apesar de não ter qualquer impedimento político, administrativo ou legal de se pedir algo diferente.
Foi apresentado pelo presidente da AEBA, Silvio Kanner, e defendida pelo diretor Marlon George, o índice de 18% que representaria um índice de reajuste capaz de impactar positivamente no conjunto global da receita do bancário, como: reajuste da tabela do imposto de renda, aumento da inflação para o próximo período de 12 meses, rendimento do FGTS, enfim, direitos que não são tratados em negociação coletiva. Além disso, representaria uma relação entre o lucro do mercado financeiro e a remuneração dos bancários, onde o lucro deste foi cerca de 12%. Foi apresentada também, a proposta de PLR linear, usando 25% do lucro dos bancos para ser dividido entre os empregados, o que poderia evitar distorções internas nos bancos.
Entre eles, o Banco da Amazônia, por exemplo, onde historicamente a diretoria é responsável pelas maiores patacoadas e recebe as maiores PLR, também foi destacado que a campanha deste ano tem que centralizar suas forças no reajuste salarial, já que em todos os anos se fala em fim das metas abusivas, porém tal prática continua sendo exercida pelos bancos, causando adoecimento da categoria. Por que o sindicato não luta contra essas práticas no cotidiano? Transformando a reivindicação em palavras vazias.
A defesa da proposta rebaixada foi confusa, desconexa e com pouco vínculo com a realidade das campanhas salariais. Pois foi dito e repetido pela diretoria do sindicato, que a luta também deveria ser pelo piso salarial do DIEESE, que significa um piso salarial de pouco mais de R$ 2.300,00 reais. Concordamos que temos que ter esse piso, com reflexo para todos os trabalhadores, entretanto, em todas as campanhas salariais se vê um aumento no piso, quando não igual, um pouco maior (via abono) ao reajuste dado a categoria, e a CONTRAF-CUT orienta sair da greve mesmo assim!
O fato é: a campanha salarial vai ser vitoriosa ou derrotada por causa da reinvindicação de reajuste salarial ou reajuste do piso? Nesse aspecto, a diretoria do sindicato se cala, e vai permanecer calada.
Infelizmente, por causa da relação partidária com PT, que é o partido que governa o Brasil, a diretoria do sindicato dos bancários e da CONTRAF-CUT não reivindica mais pela categoria. É uma pena, pois isso até mesmo afasta os bancários de uma política democrática e participativa no sindicato.
Mas esse ano, atitudes para enfraquecer as mobilizações nos parecem pouco eficientes. A diretoria da AEBA pede para que todos olhem para as ruas, para a juventude, que fez o governo recuar, fez baixar as tarifas de ônibus e metrô. A campanha salarial deste ano é a campanha dos bancários não dos banqueiros, nem dos Governos.