Banco da Amazônia

Banqueiros e governo insultam. Bancários se mantêm unidos e fortalecem a greve

Estamos no 19º dia de greve. De um lado, trabalhadores mobilizados e com motivos de sobra para permanecerem de braços cruzados, independente se de bancos públicos ou privados: trabalho gratuito, baixos salários, insegurança bancária, metas, pressões psicológicas… Do outro lado, o dos patrões, lucros estratosféricos (59,7 bilhões nos últimos 12 meses, segundo o Banco Central), ganância sem medida e, diante de uma greve forte, uma proposta indecente: 7,1%, aproximadamente 1% além da proposta inicial que contribui para a deflagração da greve.

A estratégia do patrão é essa: vencer pelo cansaço o trabalhador, agir de maneiras dissimuladas para pressioná-lo, desequilibrá-lo para que retorne ao trabalho sem ter de fato nada a comemorar. A estratégia do trabalhador é a união, a solidariedade e fazer os contrapontos: o recrudescimento da greve, portanto!

No BNB não é diferente. Os problemas enfrentados por seus trabalhadores se amontoam, alguns comuns a todos (falta de transparência nos processos internos, assédio moral, trabalho gratuito, falta de isonomia etc etc) e outros específicos de acordo com o tempo de banco (licença-prêmio e questão previdenciária, por exemplo).

No quesito respeito ao trabalhador, o Banco também não fica aquém das demais instituições. A AFBNB tem recebido denúncias de tentativa de intimidação ao exercício do direito legítimo e justo de greve contra trabalhadores da Instituição. Na sexta-feira, 29 de setembro, por exemplo, a Diretoria do Banco realizou uma videoconferência, em meio à greve, na qual conclamou os gestores que estavam trabalhando "a "exercerem a sua liderança" no encaminhamento dos negócios". Após o referido evento, em cujo ato foi proferido que não havia direcionamentos para pressões, telefonemas, ou outras iniciativas que caracterizem assédio sobre os funcionários, coincidente e sintomaticamente se intensificaram denúncias dessa natureza, inclusive com casos concretos de retorno ao trabalho.

A própria videoconferência em plena greve, reforçada pela "conclamação" citada, para a AFBNB enseja prática de assédio moral, uma vez que se tratou de atitude da Superior Administração do Banco direcionada a subordinados para que esses “exerçam sua liderança” sobre subordinados. Se assim não fosse, qual o sentido da sua aplicação em plena greve positiva, onde quase 100% das agências se encontram paralisadas? Então, liderança para quê? Tal atitude não condiz com a democracia, tampouco reflete o discurso adotado pela diretoria do Banco de realizar mudanças e de valorizar os funcionários. Isso não é pensar positivo! Isso é agir negativo. Afinal, “pensar positivo é bom; mas agir positivo é melhor ainda”.

Ir além – O BNB precisa respeitar o trabalhador; precisa saber ler o motivo desta greve e agir positivamente, apresentando uma proposta própria, sem esperar ou se esconder atrás da Fenaban. A greve no BNB é culpa da ação e/ou omissão das sucessivas administrações ao longo de anos – não sendo diferente agora; logo, a solução dos problemas é de sua responsabilidade!

Quanto a nós, não cedamos a qualquer proposta ridícula e acintosa, inclusive a que penalizar o trabalhador por exercer um direito legítimo, a exemplo de compensação pelos dias parados. Ao contrário, permaneçamos mobilizados! Sejamos solidários, sobretudo de quem trabalha na Direção Geral, lembrando que os bônus que virão desse movimento paredista serão para todos, independente do posto que ocupe ou do local onde trabalhe.

Portanto, vamos às assembleias e mostremos nossa insatisfação com o patrão!

Fonte: http://www.afbnb.com.br/noticias_detalhes.php?cod_secao=1&cod_noticia=11026

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