Banco da Amazônia

Copom aumenta Selic para 10,5% ao ano

Sétima elevação seguida da taxa básica de juros deve provocar leve alta nos juros do crédito, mas mantém inalterado o rendimento da poupança

O Banco Central (BC) anunciou na noite desta quarta-feira (15) que a taxa básica de juros (Selic) subirá de 10% para 10,5%. Esta é a sétima vez consecutiva que o Copom (Comitê de Política Monetária)eleva a Selic, na tentativa de frear a inflação oficial, que foi de 5,91% em 2013.

"Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciada na reunião de abril de 2013, o Copom decidiu por unanimidade, neste momento, elevar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 10,5% ao ano, sem viés", informou o BC em comunicado.

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Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o aumento para 10,5% já era esperado, e a a inflação continuará sendo foco em 2014, "não só pelo elevado patamar, mas, principalmente, porque o governo recorreu, no ano passado, ao controle dos preços administrados (tarifas de transporte e energia elétrica) e à redução da cesta básica", afirmou em nota.

A Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), por sua vez, destacou logo após a decisão que a solução não passa por mais juros, e sugeriu a adoção de uma política fiscal norteada pela redução dos gastos correntes para conter a escalada dos preços.

Impacto nas aplicações

Com o novo aumento, a caderneta de poupança continua a render 6,17% ao ano mais taxa referencial (T.R.) – e permanece igualada aos ganhos da poupança antiga.

Ela passa a render menos que a maior parte dos fundos de renda fixa com taxas de administração abaixo de 1,5% ao ano, conforme simulação da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade).

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Vale lembrar que a maior parte dos fundos de renda fixa privilegia taxas menores somente para aplicações com aportes mais altos. Apenas os fundos com aporte acima de R$ 25 mil tiveram taxa menor que 1% em novembro de 2013, segundo os últimos dados da Anbima(Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).

Para os cerca de 50% dos aplicadores da poupança com até R$ 100 investidos, portanto, os produtos de renda fixa disponíveis no mercado continuam menos vantajosos que a caderneta, em função das taxas.

As aplicações indexadas ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que acompanha a taxa básica de juros, são as mais beneficiadas pelo novo aumento pelo BC. Os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), algumas debêntures e letras financeiras têm rentabilidade diretamente atrelada à oscilação Selic

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Também serão beneficiadas as LFTs (Letras Financeiras do Tesouro), título pós-fixado do Tesouro Direto que remunera conforme a variação da taxa básica de juros. Especialistas do mercado financeiro consultados pelo iG listaram as seis melhores apostas de investimentos para 2014. Entre elas, aparecem os títulos públicos e as letras de crédito imobiliário e agrícola (LCIs e LCAs).

Impacto no crédito

Os juros do crédito também devem sofrer uma leve alta com o aumento de meio ponto percentual na Selic, prevê a Anefac. A medida do BC terá efeitos mais visíveis sobre as operações para pessoas jurídicas.

A taxa média de seis linhas de crédito para pessoa física (cartão de crédito, cheque especial, comércio, CDC e empréstimo pessoal de bancos e financeiras) terá aumento de 0,95% ao ano com a Selic a 10,5%. Já o crédito para empresas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida) terá elevação de 1,46% ao ano, conforme a Anefac.

http://economia.ig.com.br/2014-01-15/copom-aumenta-selic-para-105-ao-ano.html

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