A cada 100 consumidores que fazem compras pela internet, três são vítimas de potenciais fraudadores. As regiões Norte e Nordeste são as mais vulneráveis, apesar de concentrarem o menor número de operações, de acordo com um estudo da ClearSale, empresa especializada em detectar golpes no comércio eletrônico.
O Norte, que representa apenas 4% de todas as vendas online em 2013, obteve o maior índice em tentativas de ataques fraudulentos, com 5,2%, seguida do Nordeste (5%).
Em contrapartida, o Sul e o Sudeste tiveram a menor incidência de potenciais golpes, com 1,5% e 3% de casos. Ambas responderam por 74% das compras online no ano passado.
Na opinião do coordenador de inteligência estatística da ClearSale, Omar Jarouche, a forte atuação de fraudadores no Norte e Nordeste pode ser explicada pela falta de informação dos usuários destas regiões sobre como se proteger, o que pode aumentar as chances de ser alvo de criminosos.
“Estas regiões receberam um acesso maior ao crédito e aos meios de pagamento eletrônicos nos últimos anos. Mas acreditamos que ainda possa faltar educação financeira para o uso correto destas ferramentas”, explica o executivo.
Para o especialista em direito digital do escritório Patrícia Peck Pinheiro Advogados, Leandro Bissoli, o usuário dificilmente percebe o risco que corre no meio virtual. “Geralmente ele só vai identificar o dano quando chegar a fatura do cartão”.
Muitos golpes eletrônicos poderiam ser evitados se o usuário soubesse resguardar seus dados sigilosos e tomasse medidas simples de precaução, na opinião da coordenadora do Investmania, Aline Rabelo.
Nenhum banco é autorizado a pedir os dados pessoais e intransferíveis do cliente, especialmente a senha, por e-mail”, diz. Nas compras em lojas virtuais, a regra é a mesma. “Pede-se o mínimo possível de dados pessoais. São eles o número do cartão, nome do titular e código de segurança (quatro dígitos que aparecem no canto)”.
Um terço dos ataques visa roubo de dinheiro
Uma pesquisa divulgada pela Kaspersky Lab no início de abril mostrou que, em 2013, 36% dos ataques virtuais são destinados ao roubo de dados financeiros. A nova prática dos golpistas é obter dados confidenciais por meio de sites falsos de organizações financeiras.
Segundo o estudo, 31,45% dos ataques utilizaram os nomes de grandes bancos, lojas online e sistemas de pagamento eletrônico – quantidade 8,5% maior que no ano anterior. Os fraudadores usam marcas conhecidas e com grande base de clientes para enganar as vítimas, constatou a Kaspersky Lab.
Em torno de 60% das tentativas de roubar dados usando páginas de bancos usam nomes de grandes empresas. Internacionalmente, 88,3% dos ataques que usam sistemas de pagamentos envolviam as marcas PayPal, American Express, Mastercard e Visa, apontou o levantamento.
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