Na manhã de ontem (07), o Banco da Amazônia assinou contrato com a empresa de Consultoria Deloitte Touche Tohmatsu para que, em 33 meses, segundo os técnicos da consultora, apresentar uma “solução global” para a Gestão de Pessoas do Banco, visando um cenário futuro de excelência nessa área. A reunião contou com a participação de toda a Diretoria do Banco e de representantes da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia, o presidente Silvio Kanner, e do Sindicato dos Bancários do Maranhão, Gilson Afonso.
A participação das entidades é procedimento comum nesse tipo de projeto corporativo. Na ocasião, elas recebem informações relacionadas ao contrato e conhecem os responsáveis pela Consultoria, tentam passar a idéia de que há um clima de diálogo e trabalho conjunto para a consecução da nova plataforma de RH. Na prática, porém, nada mais que isso. Nenhuma garantia de que as nossas contribuições serão ao menos debatidas seriamente. A Diretoria do Banco mantém o controle integral do processo.
Em geral, nesse tipo de trabalho os consultores precisam construir uma avaliação inicial sobre o “nível de resistência” dos empregados, medida a partir de um contato com as entidades representativas. Da parte da AEBA, afirmamos que não temos nenhum compromisso com o projeto, uma vez que não fomos ouvidos na fase de preparação da licitação, bem como não sabemos quais são suas bases e os resultados projetados. Somente após a conclusão da Consultoria e de posse das propostas, poderemos manifestar uma posição.
Todo esse cuidado com o “diálogo” não é nada mais nada menos que a preocupação com uma provável frustração, uma vez que, por razões estritamente jurídicas, não há como a Diretoria impor uma solução de RH ou um novo PCS de forma unilateral, isso feriria o princípio do direito adquirido. Se o Banco não precisasse juridicamente da concordância de todos, não faria a menor questão de dialogar. Tem sido assim em outras áreas da gestão, onde e quando a caneta pode resolver sozinha, não há oportunidade para o entendimento.
Os técnicos da Consultoria informaram que irão se pautar nas melhores práticas de mercado e constituirão metodologias que as tornem passiveis de serem implantadas no Banco. Por parte da AEBA já fizemos algumas propostas de boas práticas de mercado que consideramos decisivas para o sucesso do projeto como, Recuperação salarial, que pelo menos nos equipare com os demais Bancos Públicos Federais; Fim da Lateralidade; Patrocínio pelo Banco no Plano de Saúde dos Seus Empregados; Pagamento de horas extras, também é uma prática comum no mercado, aliás, é algo que está previsto na lei. É também uma boa prática de mercado respeitar a legislação salarial, inclusive das diversas profissões regulamentadas, entre outras.
Lembrando de que, “gato escaldado tem medo de água fria” e de que “de boas intenções ninguém vive”, não devemos nos apegar a “belos discursos” declaratórios de maravilhas, os quais são desnudados por atos administrativos reais. Lembremos as atitudes relacionadas ao Quadro de Apoio, aos Engenheiros, o recente anúncio de mais redução no quadro de algumas agências, a elevação da taxa de juros do CHESAL, a Lateralidade, o corte de funções de Supervisão na Direção Geral e uma realidade salarial que, na linguagem do futebol, nos coloca na lanterna da categoria dos bancários da rede oficial federal.
Já tivemos discussões com a Diretoria do Banco e sempre nos informaram que as nossas reivindicações não são fáceis de serem atendidas. Compreendemos isso, sabemos que não são fáceis, mas como dissemos também em várias ocasiões: “se vocês não têm como melhorar de imediato, seria muito importante que não tomassem decisões para piorá-las”. Quanto maior a postergação e o aprofundamento do problema, mais difícil a solução.
O que esperar do Projeto que demandará quase 03 anos para sua conclusão? Diante da difícil realidade em que fomos atirados, temos é que ir à luta e manter a atenção, a coesão pela nossa pauta. Com olho vivo!
Para que todos tenham conhecimento, a AEBA transcreveu do Diário Oficial da União do dia 07/07, a publicação onde consta a contratação da Consultoria acima referida.
Nº DO PROCESSO: PA-2013/005; Nº DO CONTRATO: 2014/170;
CONTRATADA: DELOITTE TOUCHE TOHMATSU; CNPJ/MF:
02.189.924/0001-03; OBJETO: Prestação de serviços de consultoria
especializada em recursos humanos; MODALIDADE DE LICITAÇÃO:
Concorrência; FUNDAMENTO LEGAL: Lei 8.666/93; ITEM
ORÇAMENTÁRIO: Crédito com recursos próprios disponíveis em
orçamento; VALOR MENSAL: R$ 2.400.000,00; VIGÊNCIA: 33
meses, contados a partir da data da assinatura; DATA DA ASSINATURA:
01/06/2014; DECISÃO: Diretoria do Banco em
10/06/2014; Lisete Maria Hortêncio Batista – Gerente Executiva da
GESUP.