A orientação da AEBA para todos os integrantes do Quadro de Apoio é a de que não façam sua adesão ao Programa de Adequação dos Quadros de Pessoal – PAQ. A adesão ao programa pode acarretar inúmeros prejuízos aos empregados pertencentes a este quadro. Neste texto vamos conversar sobre as principais razões que nos levaram a esta orientação.
O Quadro de Apoio tem sido extremamente massacrado no Banco, tem uma remuneração muito menor que a dos demais quadros, para fazer um trabalho similar; não podem concorrer a funções comissionadas; não podem ser gestores; e não podem assumir um conjunto grande de funções previstas na tabela de funções.
Podemos, inclusive, falar de discriminação. O Banco tem uma dívida com o quadro de apoio – aceitar o PAQ é conceder ao Banco a quitação dessa dívida, sem receber nada em troca – é permitir que o Banco faça novamente o que sempre fez: discriminar o Quadro de Apoio.
O Banco poderia, por exemplo, abrir um PDV para o Técnicos Bancários e Científicos, inúmeros demonstram disposição em aceitar. Mas por que o Banco quer que apenas o Quadro de Apoio saia? A Diretoria do Banco não quer apenas que o Quadro de Apoio saia, quer que o faça por nada – como demonstramos abaixo, não há nenhum benefício que justifique a aceitação.
Diga não ao PAQ!
Para convencer os integrantes do Quadro de Apoio a pedirem demissão, a Diretoria do Banco tem a coragem de propor pagar apenas uma parte do que inevitavelmente, iria pagar de qualquer jeito. Vamos analisar ponto por ponto:
1. Uma remuneração para cada 4 anos de trabalho – Ora! Se o tempo médio de permanência no Banco para o Quadro de Apoio é de, digamos, 7 anos, considerando que em média seus integrantes têm 28 anos de empresa, o Banco teria que pagar 84 remunerações – adiantar 6 a 8 remunerações destas, não significa nada.
2. Pagamento de 2 anos de reembolso-saúde – Isso não é benefício novo, o Banco está obrigado a pagar nosso benefício saúde pelo resto da vida, é um benefício vitalício, a garantia de 2 anos para completar o tempo de aposentadoria, não significa nada, o Banco vai ter que pagar esse valor do mesmo jeito. Com adesão, ou sem adesão.
3. Pagamento de seis meses de CAPAF – Quem permanecer no Banco e estiver vinculado a qualquer dos Planos da CAPAF, o Banco vai ter que pagar do mesmo jeito – não há como escapar, e quando o empregado se aposentar, terá direito à sua reserva ou ao seu benefício. Não há nada na proposta do Banco que não seja direito dos empregados.
4. Pagamento de 6 meses de INSS – Essa proposta é um absurdo, em primeiro lugar, por que se os integrantes do Quadro de Apoio não aderirem ao PAQ, o Banco terá que pagar o INSS do mesmo jeito, e ainda mais, terá que pagar valores maiores dos que pagaria para os TB`s 1, que iriam substituir o Quadro de Apoio. Não é um benefício para os empregados, e sim, uma economia para a empresa.
5. Abono de até 30 mil – Trata-se da única novidade, digamos assim, prevista no projeto, e ela não está no projeto à toa, está apenas por que o Banco conhece a condição de endividamento dos empregados, e sabe que esse é, mais ou menos, o valor dos saldos devedores do CHESAL, não quer que ninguém saia devendo. Ou seja, como não há nada que o empregado não irá ganhar de novo, as dívidas continuariam, então seria necessário um mecanismo para quitar as dívidas no Banco.
O que os integrantes do Quadro de Apoio vão perder se aderirem ao Plano.
1. De imediato – Perde o Tíquete Alimentação – Cerca de R$ 950,00 por mês, deve ir para mais de R$ 1.000,00 depois da campanha salarial, ou seja, o abono de R$ 30 mil para pagar a dívida, o Banco vai economizar com o Tíquete alimentação.
2. Perde qualquer possibilidade de reivindicar passivos trabalhistas – As entidades estão buscando iniciativas judiciais, com base em vários indícios de ilegalidades na situação do Quadro de Apoio – pode ser que tenhamos vitórias – não estamos dizendo que vamos ganhar, mas quem sair perde o direito de tentar.
3. Perda de benefícios habituais – Os integrantes do Quadro de Apoio que recebem benefícios habituais como horário noturno perderão inclusive, o direito de incorporá-lo judicialmente.
4. Perda de duas fontes de remuneração – Para os integrantes do quadro de apoio que já estão aposentados ou que se tornarão elegíveis em curto período de tempo, se aderirem, ficam apenas com o INSS, se não aderirem, podem usufruir um tempo do direito a receber beneficio do INSS para o qual contribuíram a vida toda, e enquanto isso, continuar trabalhando.
A AEBA esteve presente na reunião em que o Banco apresentou o programa à categoria, foi um momento deprimente. O Novo Diretor de recursos Humanos, empregado da casa, afirmou com todas as letras que não há lugar para o Quadro de Apoio na empresa, que eles estão convidados a se retirarem, que não há mais nada a fazer, que eles são dispensáveis. Lamentamos muito essa mentalidade de gestores, não pensar nas pessoas é um erro muito grande. Pedimos a todos os colegas do Banco que ajudem os integrantes do Quadro de Apoio, dizendo que o trabalho que eles fazem é importante, que o Banco precisa deles, que agradecemos sua dedicação e seu empenho, que não é um Diretor ou um Gerente Executivo, que acabaram de assumir, que vão dizer o contrário.
Há sim lugar no Banco, para todos eles, que são nossos amigos e colegas de trabalho, que nunca deixaram de contribuir com o que têm de melhor para o crescimento e fortalecimento do Banco.
Quadro de Apoio, obrigado! Nós estamos com vocês.
Obs. Não tenham medo de perseguição, as Diretorias passam, vamos ter esperanças!