Estamos a poucas semanas de decidir quem será a nova presidente da República. Digo nova por que está claro que teremos por mais quatro anos uma mulher no cargo. Trata-se de um momento importantíssimo que, certamente, terá reflexos diretos na gestão do Banco da Amazônia.
Não temos nenhuma dúvida em afirmar que as últimas duas gestões do executivo federal foram decididamente ruins para o Banco da Amazônia. Os vários episódios que nos impuseram: reestruturações internas e da CAPAF, baixos salários, planos de adequação de quadros de pessoal, ausência de capitalização, nomeação de dirigentes sem compromisso com a empresa, demonstraram que para o Governo Federal, o Banco da Amazônia e seus empregados são meros detalhes.
Temos sido tratados com autoritarismo, desrespeito e, em muitos casos, abusos de autoridade. Não fossem as medidas judiciais, a situação seria ainda mais grave. As medidas de gestão do Banco da Amazônia, levadas a cabo pela Diretoria e Conselho de Administração como, por exemplo, a lateralidade são emanadas de orientações do Planalto. Às vezes, tendemos a ter uma visão romântica de que os prepostos da Presidente estão atuando em desacordo com sua proposta de governo, como se “a presidente não soubesse das maldades que os dirigentes por ela designados estão fazendo”. Mas ela sabe, concorda e orienta que seja assim.
Depois de doze anos da atual coalizão no poder, o resultado geral é insegurança, descaso, pressão, arrocho salarial, favorecimentos políticos, desrespeito e medo, decorrentes da falta de um projeto estratégico de médio e longo prazo para o Banco da Amazônia como instrumento de desenvolvimento regional sustentável.
O que temos assistido nos últimos anos é que cada Diretoria consegue ser mais negativa que sua antecessora. Sempre lutamos para mudar as Diretorias e sempre temos esperança quando as Diretorias e os Presidentes do Banco mudam, mas logo nos frustramos. É comum ouvirmos de colegas de trabalho a seguinte frase: “essa diretoria é pior que a passada”. A sensação é que estamos num ciclo em que as decisões das Diretorias prejudicam ainda mais o Banco e para evitar mais prejuízos novas decisões ruins são tomadas. As Diretorias não dialogam, agora é na truculência.
É assim por que se trata de uma política de gestão das estatais dirigida pela Casa Civil e pelo Ministério do Planejamento que, por sua vez, são dirigidos pela Presidência da República. Enquanto persistir o atual bloco de poder, teremos medidas cada vez piores. Por isso, acreditamos que a eleição é um bom momento para redirecionar o “superpoder” que a atual agremiação partidária que chefia a união amealhou com os nossos votos. Existem alternativas que se propõem a manter os fundamentos econômicos sem esmagar os fundamentos sociais e degradar o meio ambiente. É mais provável que uma presidente da Amazônia ajude o Banco da Amazônia a se tornar o que queremos que ele seja!
Não tenhamos medo! Está na hora de aposentar o rolo compressor.
Silvio Kanner Pereira Farias
Presidente da AEBA