Em Assembleia realizada ontem no auditório do Sindicato dos Bancários do Pará, a categoria decidiu por paralisar por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (30).
Os bancários e bancárias do Pará julgaram insuficiente a proposta de 7% de reajuste no salário (0,61% de aumento real), na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche, além de 7,5% no piso (1,08% acima da inflação), apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em reunião no último dia 19, e votaram pelo início da luta por um reajuste justo.
AEBA condena conduta anti-sindical, antidemocrática, desrespeitosa e machista do Diretor Suplente do SEEB-PA , Fabio Gian, contra bancária.
Com mais de trezentos bancários e bancárias presentes na assembleia geral de ontem, o Diretor Suplente do SEEB-PA, Fábio Gian (foto), do Banco do Brasil, protagonizou uma cena lamentável demonstrando total desequilíbrio, despreparo e arrogância contra uma sindicalizada.
Entenda:
Por avaliar que esse é um momento no qual as entidades representativas dos bancários e bancárias devem primar pela luta dos interesses da categoria e não desviar esforços para levantar bandeiras eleitorais partidárias, foi proposto ao SEEB-PA que colocasse em votação a condução do movimento grevista para que não ficasse exclusivamente a cargo dos dirigentes sindicais, pois como estão trabalhando em campanhas de apoio a políticos, eles não terão o distanciamento e a atenção necessários para focar na luta da base, e provavelmente conduzirão o movimento de forma que não atrapalhe seus planos político-eleitorais. Por isso, foi proposto que houvesse mudança na nossa representação no Comando Nacional e a eleição durante a Assembléia de ontem (25), de um comando de GREVE local, para orientar as mobilizações e as Negociações com o BANPARÁ e o BASA, que ocorrem aqui. A presidenta do sindicato, sequer considerou que a proposta fosse colocada em votação. É preciso frisar que o Comando Nacional não é um Órgão estatutário, mas sim político que pode ser exercido por qualquer bancário ou bancária sindicalizados.
A bancária do Banco da Amazônia, Karla Regiane Ferreira, abordou a questão, questionou os motivos pelos quais a proposta de um comando de GREVE local, conforme sugerido, não foi colocada em votação, e obteve como resposta de um Diretor Suplente, Fábio Gian, seu representante junto ao Sindicato dos Bancários do Pará, palavras de baixo calão, as seguintes: “Vai te fuder!”.
“Um episódio lamentável”, afirmou Silvio Kanner, presidente da AEBA, que se viu indignado com tal postura. Essa reprovável atitude denota total descontrole emocional e o despreparo em um momento de pressão. Essa é a postura que temos de um dirigente sindical em um momento delicado para a categoria, ele se volta contra a base que o elegeu para defendê-la. Afinal, o SEEB-PA trabalha mesmo a serviço de quem? Quais os interesses que tem o papel estatutário de defender? Essa agressividade e voracidade deveriam ser empenhadas na luta pelo trabalhador que está cansado de ser agredido diariamente com práticas depreciativas adotadas pelas instituições financeiras. O que nos resta deduzir é que agora quem é eleito para defender a categoria, se volta contra ela.
Infelizmente o Diretor do SEEB-PA não encontrou os argumentos e partiu para a agressão verbal. Lamentável.
Vamos à Greve! Na certeza de ter uma associação comprometida com os reais interesses do trabalhador, cobrando os nossos direitos e fazendo o enfrentamento legítimo, sem máscaras, em respeito à categoria.