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Déficit das contas externas supera US$ 6 bilhões em fevereiro

Apesar disso, houve melhora frente ao mesmo mês do ano passado.
BC reduziu previsão de déficit em 2015 para US$ 80,5 bilhões.

Do G1, em São Paulo

Déficit das contas externas

Em US$ bilhões

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Fonte: Banco Central

As contas externas brasileiras registraram em fevereiro déficit de US$ 6,88 bilhões, informou nesta terça-feira (24) o Banco Central.

Mesmo em patamar ainda elevado, houve queda de mais de 7% em relação ao mesmo mês de 2014, quando o déficit em conta corrente somou US$ 7,4 bilhões. O número também ficou abaixo do resultado de US$ 10,6 bilhões negativos de janeiro.

No acumulado do ano, o déficit nas operações do Brasil com outros países chega a US$ 17,53 bilhões, abaixo dos US$ 18,97 bilhões no mesmo período mde 2014.

O chamado déficit em transações correntes, que mostra despesas maiores que as receitas, engloba a balança comercial (importações e exportações), os serviços (como gastos em viagens e transportes) e as rendas (como juros e remessa de lucros, entre outros), um dos principais indicadores do setor externo.

Em todo o ano passado, o déficit em transações correntes somou R$ 90,9 bilhões, o maior valor desde o início da série histórica, em 1947. Na proporção do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador considerado mais adequado por economistas, somou 4,17%, a maior marca em 13 anos.

Com o resultado de fevereiro, as contas externas acumularam nos últimos doze meses, resultado negativo de US$ 89,9 bilhões, equivalente a 4,22% do PIB.

Economistas consultados pela Reuters previamem fevereiro saldo negativo da conta corrente de US$ 7,7 bilhões.

BC reduz previsão de déficit
O Banco Central reduziu a estimativa de déficit em transações correntes em 2015, de US$ 83,5 bilhões para US$ 80,5 bilhões.

Ao mesmo tempo, o BC deixou estável a previsão de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em US$ 65 bilhões para este ano.

Componentes das contas externas
A melhora nas contas externas, em fevereiro, está relacionada, principalmente, com o resultado da conta de serviços, que engloba os gastos de brasileiros no exterior. O déficit no mê foi de US$ 2,8 bilhões, contra um resultado negativo de US$ 3,44 bilhões no mesmo mês de 2014.

A melhora neste indicador foi impulsionada pela queda dos gastos dos brasileiros no exterior, que recuaram 22,9% na comparação com 1 ano antes, para US$ 1,48 bilhão.

No caso das rendas, o BC informou que foi registrado um déficit de US$ 1,39 bilhão em fevereiro, contra um resultado negativo de US$ 1,96 bilhão no mesmo mês de 2014. As rendas incluem, por exemplo, as remessas de lucros e dividendos (parcelas de lucros) ao exterior, e os serviços, que englobam as viagens de brasileiros ao exterior, seguros e aluguel de equipamentos, entre outros.

Já o o déficit comercial (importações maiores do que vendas externas) subiu em fevereiro para US$ 2,84 bilhões, ante US$ 2,13 bilhões em fevereiro de 2014.

Investimento estrangeiro direto soma US$ 2,8 bilhões
O Banco Central informou ainda que o ingresso de investimentos estrangeiro direto (IED) no Brasil somou US$ 2,8 bilhões, em janeiro. Com isso, os investimentos recuaram cerca de 30% em relação ao mesmo mês de 2014, quando somaram US$ 4,05 bilhões, e não foram suficientes, novamente, para "financiar" em sua totalidade o déficit das contas externas do período.

Os ingressos líquidos em participação no capital de empresas no país atingiram US$ 1,3 bilhão, enquanto os desembolsos líquidos de empréstimos intercompanhias totalizaram US$ 1,5 bilhão. Em doze meses, os ingressos líquidos de IED somaram US$ 60,1 bilhões, equivalentes a 2,82% do PIB.

Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.

Economistas alertam, entretanto, que em um cenário de crescimento menor do PIB, de indicadores ruins das contas públicas e externas brasileiras, a atratividade da economia brasileira também é menor, o que pode significar um pouco mais de dificuldade no financiamento do déficit das contas externas.

As reservas internacionais totalizaram US$ 372,1 bilhões em fevereiro de 2015, redução de US$ 20 milhões em relação ao mês anterior.

O governo tem destacado que o atual patamar de reservas internacionais conferem tranquilidade na administração das contas externas brasileiras.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/03/deficit-das-contas-externas-supera-us-6-bilhoes-em-fevereiro.html

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