24 de março de 2015
A CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DOBrasil (CASSI) está com rombo de R$ 150 milhões nas contas do Plano de Associados e, caso não seja logo coberto, corre o risco de sofrer intervenção da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), já a partir de julho. A legislação prevê que a operadora precisa manter anualmente em seu cofre reserva legal de R$ 850 milhões, mas, em março, o valor atingiu R$ 700 milhões. O problema naCASSIcomeçou a se agravar porque os preços de serviços de saúde subiram mais do que os reajustes salariais dos funcionários do BB no período.
Como as contribuições do patrocinador, oBANCO DO BRASIL, de 4,5% da folha de pagamento; e dos associados, de 3% do salário, não são suficientes para bancar as despesas, a continuidade dos serviços do plano está dependendo do uso dos recursos em caixa. "Para completar a reserva legal, aCASSIprecisa de R$ 150 milhões, em 2015. Por isso, pedimos aporte extraordinário do banco de R$ 300 milhões. Parte do valor para cobrir o deficit e a outra para manter vários projetos de medicina preventiva", explicou Eduardo Araújo, presidente do Sindicato dos Bancários do DF e funcionário do banco.
Apesar da pressão do sindicato, o BB, por meio da assessoria de imprensa, informou que "em hipótese alguma haverá aporte para cobertura do deficit", o que, segundo Araújo, pode agravar a situação. Para ele, só o aporte resolveria, porque, embora o banco tenha apresentado 17 propostas para sanear as contas, não há estudo que comprove que darão certo, principalmente, se estiver incluída a quebra de solidariedade.
"Vamos esperar uma decisão até abril. Se nada acontecer, incluiremos o pedido na campanha salarial, em setembro", destacou. Para Fernando Amaral, vice-presidente de Relações Institucionais da Associação Nacional dos Funcionários do BB (ANABB), a situação está sob controle. Ele admitiu que o Plano de Associados registrou o maior deficit do sistema em 2014 (R$ 127 milhões) e que usou a provisão para eventos ocorridos e não avisados (Peona), mas, apesar da negativa do banco sobre a intenção de realizar novo aporte, garantiu que o patrocinador está disposto a fazer desembolsos.
O processo de negociação, segundo Amaral, ainda está no início e poderá estender até julho. Amaral também discorda do salto na soma do deficit, de R$ 127 milhões para R$ 150 milhões. "É falso. Embora o gasto mensal seja entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões, o dinheiro aplicado está rendendo. Isso é deficit, não é rombo." Ele lembrou que, há cerca de 18 anos, é usada a contribuição de 7,5% (BB e associados). Mas os custos subiram. "Nesta discussão, tentaremos fechar um acordo de equilíbrio a cada seis ou sete anos. Assim, daqui para frente, será possível se sentar e fazer ajustes sem pânico", observou.
A caixa de assistência atende a 400 mil pessoas, no Plano de Associados, e outras 400 mil, noCASSIFamília, que tem boa saúde financeira.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br/