(*) Silvana, CONSAD
Publicado em 28/09/2015, o edital eletrônico nº 2015/061, do Banco da Amazônia, objetiva a “Contratação de Companhia Seguradora com experiência comprovada no mercado nacional para emissão de apólice de seguro de responsabilidade de executivos – D & O (Directors & Officers) para membros do Conselho de Administração, Conselho FIscal, DIretoria Executiva e Administradores.” Silvana Silva, representante eleita dos empregados no Conselho de Administração do Banco da Amazônia – CONSAD – fala ao Blog "O Mocorongo" sobre o tema e seu posicionamento naquele órgão.
– Você considera ético o Banco da Amazônia contratar um seguro de responsabilidade que beneficie somente uma pequena parcela da coletividade, no caso em questão, os executivos do Banco, em detrimento dos demais colaboradores?
Silvana: a contratação é lícita, sem dúvidas. Do contrário, o Banco da Amazônia estaria incorrendo em falha de ordem legal, sujeito às penalidades da legislação vigente. Caso haja erros nos atos ou fatos processuais ou documentais, oportunamente, como resultado de suas atividades, as fiscalizações interna e externa deverão se manifestar. Porém, nem tudo que é lícito é ético. Para ser ético, o direito ou o dever tem que ser estendido a todos, indistintamente. O que vale para um deve valer para coletividade.
– Para que serve um seguro que não protege seu público-alvo mais necessitado; ao contrário, protege exatamente quem menos sofre penalidades?
Na condição de bancários, diariamente estamos sujeitos ao cometimento de falhas no nosso labor, passíveis das penalidades aplicáveis a cada caso, na forma do disposto nos regramentos internos e externos. Todavia, permito arriscar a afirmação de que na maior parte dos processos inexiste penalização dos executivos do Banco.
– Administrativamente, não seria mais vantajoso investir os recursos desse seguro em algo mais relevante socialmente como a saúde ou segurança dos trabalhadores , por exemplo, tendo em vista variáveis como diminuição de ausências dos colaboradores; melhorias das condições de trabalho; diminuição de causas trabalhistas, que trariam para o Banco, em primeira instância, otimização das receitas e diminuição das despesas?
O seguro de responsabilidade civil não é novo. Dessa forma, há subsídios que permitem efetuar levantamento dos seus custos e benefícios de modo a aferir sua capacidade de geração em termos de vantagens sociais, políticas e econômicas, que permitam tomar a decisão de mantê-lo ou fazer outro investimento mais rentável.
Devo esclarecer que diferentemente do que alguns podem julgar, a intenção dessas reflexões não é de conflitar, mas, sim, trazer ao debate ideias para serem discutidas pelas alçadas decisórias do Banco, visando ao engrandecimento de nossa instituição.
Essas ideias foram inicialmente apresentadas na reunião mensal do Conselho de Administração-CONSAD, quando o tema foi pautado.
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(*) SILVANA CRISTINA NASCIMENTO SILVA, empregada de carreira do Banco da Amazônia, é membro do Conselho de Administração do Banco da Amazônia (CONSAD) como representante eleita dos Empregados; foi relatora e membro da Comissão de Ética do Banco da Amazônia (COMET) como representante dos Empregados e foi também membro do Comitê de Recursos Humanos do Banco da Amazônia (COMIR) como representante da AEBA-Associação dos Empregados do Banco da Amazônia.
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