As negociações com a FENABAN foram retomadas, a última proposta apresentada à categoria foi de 8,75%, mas sem abono.
A GREVE começa a incomodar
Fica claro que neste início da 3º semana de GREVE os transtornos já começam a se fazer sentir. Se nos primeiros dias de GREVE os sistemas de atendimento que prescindem de pessoas conseguem dar vazão às demandas, neste momento, problemas como solicitação de cartão, talão de cheques, de crédito, problemas com pagamentos que precisam ser realizados diretamente nas agências e uma série de outras demandas que exigem um trabalhador para sua realização, começam a se acumular.
Além do mais, se trata de uma greve forte, que está na agenda nacional da imprensa e que exige uma solução.
Reajuste abaixo da inflação
A primeira questão que muitos grevistas se colocam é: pode ocorrer um reajuste abaixo da inflação? Considerando a postura da FENABAN e do governo relativamente aos Bancos Federais pode-se afirmar que sim, por parte da CUT, principalmente do Sindicato dos Bancários de São Paulo a resposta também é positiva. Mas não há nenhuma razão plausível para os bancários aceitarem isso.
Primeiro por que isso seria garantido pelo TST, o INPC tem sido o patamar mínimo nos julgamentos de Dissídio Coletivo de Natureza Econômica e, em seguida, porque aceitar isso seria um precedente perigoso para os próximos anos.
O retorno da política de abono
Outro fato a ser considerado é um possível retorno da política de abono. Isso deve ser rechaçado pela categoria. Há colegas que acham que o INPC mais abono é o suficiente para solucionar a campanha salarial – essa posição encarra muitos problemas.
Ao longo dos últimos dez anos tem havido uma política tímida de reajuste acima do INPC – que se comparamos com a política para o FGTS e para IRPF, não significa nada, mas pode-se afirmar claramente que há crescimento real de salário. Essa política de recomposição não resolve o problema das perdas da década de 1990, mas o que está em jogo pode ser um retrocesso no processo de negociação salarial na categoria. Se aceitarmos o INPC mais abono estaremos, definitivamente, CONGELANDO A RECOMPOSIÇÃO e retornando a um patamar de negociação abaixo do que se alcançou nos últimos dez anos.
A categoria precisa estar atenta a isso, garantir um reajuste acima do INPC é o grande desafio dessa campanha salarial.