Dados divulgados referem-se a balanços até novembro.
Rombo cresce há 5 anos e atinge, sobretudo, fundos de pensão de estatais.
Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo
O déficit dos fundos de pensão mais que dobrou em 2015, segundo dados divulgados nesta terça-feira (15) pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp).
Pelo segundo ano consecutivo, a soma dos resultados negativos de fundos que estão no vermelho superou o total de saldos superavitários. No acumulado em 2015, até novembro, o déficit foi de R$ 64,9 bilhões e o superávit de R$ 13 bilhões.
EVOLUÇÃO DOS FUNDOS |
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Ano |
Superávit (em R$ bi) |
Déficit (em R$ bi) |
2011 |
48,2 |
7,9 |
2012 |
55 |
9,1 |
2013 |
38,2 |
21,4 |
2014 |
27,6 |
31,4 |
2015 |
13 |
64,9 |
Em 2014, o déficit tinha sido de R$ 31,4 bilhões, no fechamento do ano, e o superávit de R$ 27,6 bilhões. O déficit é a diferença entre o patrimônio de um plano e seus compromissos com pagamentos atuais e futuros.
Segundo José Ribeiro Pena Neto, diretor-presidente da Abrapp, o resultado em 2015 se deve principalmente ao crescimento do passivo atuarial e o desempenho dos investimentos no ano passado. “O resultado não é rombo e não é necessariamente produto de má gestão”, disse.
Ele estima que o setor feche o ano de 2015 com um superávit de R$ 70 bilhões ou mais e um superávit em torno de R$ 10 bilhões.
O rombo cresce há 5 anos eatinge principalmente fundos de pensão de estataiscomo o Postalis (Correios), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica Federal) e Previ (Banco do Brasil).
Oferecidos por empresas públicas e privadas aos empregados e também por associações, os mais de 300 fundos de pensão em operação no país administram, atualmente, um patrimônio da ordem de R$ 730 bilhões. O número de brasileiros beneficiados pelo sistema é de quase 7 milhões, incluindo participantes, assistidos e dependentes.
Os fundos de pensão são opções de investimento para proporcionar uma aposentadoria complementar, como forma de aumentar os recursos recebidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Rentabilidade em 2015
O aumento do déficit resulta, em certa medida, da baixa rentabilidade dos investimentos dos fundos, de 7,3% em 2015 (até novembro), abaixo da meta atuarial de 15,98% necessária para garantir o pagamento das aposentadorias futuras.
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/03/deficit-de-fundos-de-pensao-no-vermelho-dobra-em-2015-para-r-649-bi.html