Medidas impopularesA equipe econômica considera elevar a Cide para recompor o caixa e evitar que a meta fiscal de 2017 atinja os R$ 170,5 bilhões de deficit deste ano. Michel Temer, no entanto, determinou que se faça a lição de casa antes: o governo cortará 30 mil beneficiários do Bolsa Família que têm empresas ativas gerando faturamento, o que é irregular. Também edita nesta quarta medida provisória com um pente fino no pagamento de 880 mil pessoas que recebem auxílio-doença há dois anos ou mais.
Tempo certoA definição sobre o aumento de tributos não precisa ser anunciada agora. Isso porque o detalhamento das fontes adicionais de arrecadação só tem de ser feito quando o governo encaminhar o Orçamento ao Congresso, no fim de agosto.
(Des)dobra a metaEis o nível de dificuldade do governo: o deficit hoje, sem considerar corte e receita extra, é superior a R$ 170,5 bi. E um problema a mais: em junho, a arrecadação já caiu cerca de R$ 8 bilhões. Ter, em 2017, um rombo menor que o deste ano é um desafio e tanto.
Da ChinaO governo pode também “vender” R$ 30 bilhões de dívidas com a União — a chamada securitização da dívida ativa. O Tesouro tem ressalvas, mas a conta é atrativa.
Sossegue, rapazDe um dos maiores empresários do país sobre os primeiros meses de Temer: “Vai bem. Mas devia parar de inventar projetos até o impeachment acabar”.
InérciaUm palaciano rebate: o governo só faz o Congresso andar com projetos que já estavam na pauta.
Nem aíDepois da prisão, o Japonês da Federal tem evitado aparições públicas, mesmo na sede da PF. Em uma das raras vezes em que foi à portaria, nesta terça, Nilton Ishii voltou a ser assediado.
Segue o jogoEm manifestações ao Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República opinou contra dois recursos que tentavam travar o impeachment de Dilma Rousseff.
A regra é claraNeles, Rodrigo Janot sustenta que a responsabilização independe da rejeição das contas pelo Congresso e diz não haver motivo para que os processos dela e de Temer andem juntos, pois o vice assinou decretos antes de o Planalto assumir a revisão da meta fiscal.
Vem pra cáLindbergh Farias (PT-RJ) vai turbinar a liderança da minoria no Senado, cargo que agora ocupa, com a missão de monitorar cada passo da gestão Temer e afinar o discurso de oposição.
Te cuida, PlanaltoO ex-ministro Gilberto Carvalho (PT) vai assessorar a equipe do senador. O coordenador do grupo será o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.
Me erraApesar da pressão para que desista da presidência da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) insiste no contrário. Esses dias, enfadado, deu para atender ligações com a seguinte saudação: “Alô, não vou renunciar”.
EmbaçadoBancadas de PSDB, DEM e PPS não se entendem sobre quem apoiar na sucessão. O petista Arlindo Chinaglia (PT), rival de Cunha em 2015, diz o mesmo: não há definição de nome para comandar a Câmara.
EscaldadoCom receio de que o relatório de Ronaldo Fonseca repita Tia Eron e seja contrário a Cunha, aliados já preparam pareceres alternativos para apresentar à CCJ.
HelpO presidente do TJ-SP, Paulo Dimas, esteve com Fernando Capez (PSDB) nesta terça. Pediu celeridade em projetos que criam o cargo de juiz auxiliar e incentivos financeiros a juízes de comarcas de “difícil provimento”.
Deixa dissoO encontro, fora da agenda de Capez, foi visto com desconfiança por opositores do tucano, envolvido no escândalo da merenda. Dimas nega ter tratado do assunto.
TIROTEIO
Temer diz não pensar em 2018. De fato o Brasil precisa de alguém que pense nas próximas gerações, não nas eleições.
DO SENADOR CÁSSIO CUNHA LIMA (PSDB-PB), sobre Michel Temer ter dito que é capaz de tomar medidas impopulares por não cogitar disputar a reeleição.
CONTRAPONTO
Para todos os gostos
Em encontro com militantes do setor de saúde, o prefeito Fernando Haddad (PT) mostrou-se inspirado para alfinetar alguns dos rivais na corrida municipal.
— Tem o candidato que disputará porque tem saudades disse, sobre Marta Suplicy, do PMDB.
— Tem o que disputará porque o avô foi dono do prédio da prefeitura disparou referindo-se a Andrea Matarazzo, que concorrerá pelo PSD.
E, depois, concluiu:
— E tem o candidato que vai apoiar as faixas de ônibus quando finalmente entrar em um disse, cutucando o empresário João Doria, do PSDB.
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