A Diretoria iniciou oficialmente o processo de implantação das centrais de crédito. O Piloto, ao que tudo indica, será o estado do Acre. Mais uma vez estamos diante de uma reestruturação, mais uma vez estamos diante de uma solução mágica para todos os problemas do Banco.
Como já dissemos em boletins anteriores: reestruturação, todo presidente tem a sua e a do atual presidente chegou, chama-se centrais de crédito. Mas quem não lembra do “Redesenho de Processos”? Quem não lembra do “Novo Modelo de Negócios”?. Ainda sobre esta última, que foi a “reestruturação” do Abdias, quem não lembra da empresa “Rolanberg”? Hoje do “Redesenho de Processos” e do “Novo Modelo de Negócios” restam apenas os esqueletos no armário.
Queremos lembrar a todos que essa ideia de centralização de crédito não é nova. Se não estamos enganados, na década de 1960-70, o Banco trabalhava com centrais de análise, mas já naquela época houve o entendimento de que a ideia era equivocada. Não estamos com isso dizendo que esse modelo era errado em 1960-70 ou é, também, atualmente, mas apenas que esse método de trabalho não é novidade.
Porém, somos céticos quanto os seus resultados. A análise, acompanhamento e recuperação nas agências nos dava celeridade, capacidade de atendimento e com isso credibilidade na praça, além disso, nos dá também a possibilidade de fazer um processo de análise com informações reais e diretas. A qualidade da informação é decisiva na análise de crédito. Mas o Banco agora aposta numa via oposta. Os analistas ficarão longe dos clientes e de seus negócios, em poucos anos perderão a capacidade de discernir entre o papel e a produção real. Se o objetivo do Banco da diretoria for distribuir dinheiros, então seu projeto é perfeito. Mas se for desenvolver a região de forma qualificada, sustentável e eficaz, está muito mal assessorada.
Suspeitamos que esse projeto tenha por objetivo apenas afastar o risco jurídico do enorme passivo de 7º e 8º horas dos supervisores. Se isso for verdade, o problema ainda é mais grave, pois, dessa forma, o modelo organizacional estaria sendo orientado não pelas necessidades dos clientes e do mercado, mas, tão somente, para afastar riscos trabalhistas.
A Diretoria da AEBA já solicitou à SEORP uma reunião para discutir essa situação e vamos monitorar o caso para impedir a perda de direitos dos empregados do Banco.