Banco repassou R$ 62,2 bilhões em empréstimos no ano até setembro.
Já as consultas por novos financiamentos recuaram 8%.
Apesar do volume de dinheiro emprestado pelo banco continuar bem abaixo do ritmo dos últimos anos, o BNDES destacou que em setembro houve uma menor queda no ritmo dos desembolsos em todos os setores apoiados pela instituição. No acumulado do primeiro semestre, a queda das liberações do BNDES era de 42%.
O setor da indústria lidera os desembolsos no acumulado até setembro, com R$ 21,8 bilhões (35% do total), seguido por infraestrutura (R$ 18 bilhões) e comércio e serviços (R$ 12,8 bilhões).
Menor procura por financiamentos
Tanto as aprovações de crédito quanto as consultas das empresas por financiamentos caíram neste ano.
As aprovações caíram 24% na comparação com os primeiros nove meses de 2015. Já as consultas por financiamentos – espécie de termômetro de tendência dos desembolsos futuros – atingiram R$ 85 bilhões de janeiro a setembro, o que representa uma queda de 8% sobre 1 ano antes.
"Os indicadores de desempenho do BNDES seguem refletindo a situação da indústria e da economia como um todo, não apontando, ainda, para um movimento claro de ascensão na demanda por recursos do banco", informou.
Recessão e critérios mais rigorosos
A queda dos repasses do BNDES ocorre em meio à recessão enfrentada pelo país e à critérios mais rigorosos para liberação de recursos após a mudança de governo.
Mantido o atual ritmo, os financiamentos totais em 2016 devem ficar abaixo de R$ 100 bilhões, segundo a agência Reuters, o que não acontece desde 2008, quando os desembolsos somaram R$ 90,8 bilhões.
"Demos um mergulho recessivo profundo da economia e isso repercutiu nos números do banco", disse o superintendente da área de planejamento e pesquisa do banco, Fábio Giambiagi.
Em 2015, o volume de desembolsos caiu 28%, para R$ 136 bilhões. Em 2014, o valor total emprestado pelo banco atingiu R$ 190,4 bilhões.
BNDES prepara nova política para desembolsos
O BNDES se prepara para pagar até 2018 cerca deR$ 100 bilhões aportados pelo Tesourono banco de fomento nos últimos anos e deve anunciar nos próximos 30 a 45 dias uma nova política de desembolsos focada em infraestrutura e micro, pequenas e médias empresas, segundo a agência Reuters.
Em entrevista a jornalistas, o superintendente da área de planejamento e pesquisa do BNDES, Fabio Giambiagi, afirmou que a nova política terá mais ênfase em juros de mercado e menos pela taxa de juros de longo prazo (TJLP). A TJLP é definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) a cada trimestre. Atualmente, a taxa é de 7,5% ao ano, abaixo da taxa básica de juros, a Selic, hoje em 14%.
O banco também informou que passará a divulgar mensalmente indicadores de desempenho com informações mais detalhadas sobre recortes por setores, regiões, porte de empresa e por participação do PIB.
http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/10/desembolsos-do-bndes-no-ano-ate-setembro-caem-34.html