Itaú, BB, Bradesco e Santander somaram provisões de R$ 22,76 bi no 3º tri.
Aumento da inadimplência justifica movimento, que reduziu lucro de bancos.
Anay CuryDo G1, em São Paulo
Com o avanço das taxas de inadimplência, os maiores bancos do país reservaram uma parte maior de recursos para arcar com calotes nas operações de crédito.Bradescoe Itaú creditaram parte de sua redução de lucros no terceiro trimestre deste ano ao aumento das provisões.
Nos balanços deBanco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander, há um aumento nos montantes da chamada Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) – uma espécie de “fundo” que os bancos deixam reservado para se proteger em caso de possíveis calotes de seus clientes.
As provisões feitas pelos quatro bancos de julho a setembro somaram R$ 22,76 bilhões. O volume, 14% superior ao observado no trimestre anterior, é o segundo maior dos últimos dez anos. Os números são da provedora de informações financeiras Economatica.
O montante mais alto desde 2006 havia sido informado um ano atrás, no terceiro trimestre de 2015, quando atingiu R$ 27,73 bilhões. Foi no trimestre anterior daquele ano que oProduto Interno Bruto (PIB) brasileiro recuou 1,9%, e o país entrou em recessão técnica.
“Temos um processo de retroalimentação. Os agentes financeiros aumentam a taxa de juros dos empréstimos ao incorporarem o risco do não recebimento de seus devedores duvidosos. Este movimento, por sua vez, encarece os empréstimos a famílias e empresas. Por fim, potencializa mais a inadimplência”, disse o economista Marcos Pedro, professor de finanças e coordenador da Trevisan Escola de Negócios – RJ.