Possibilidade tinha sido levantada por ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Meirelles disse ainda que Rio Previdência pode captar mais de US$ 2 bi.
Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
O ministro da Fazenda,Henrique Meirelles, negou nesta sexta-feira (18), em Nova York (Estados Unidos), que o governo possa repassar aos estados os R$ 100 bilhões que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem devolver aoTesouro Nacional.
Questionado por jornalistas, Meirelles afirmou que esses recursos "não poderão ir para os estados". A devolução dos recursos do BNDES ao governo federal foi uma das primeiras medidas do ajuste fiscal anunciado pelo então presidente interino Michel Temer,em maio deste ano.
Na ocasião, foi informado que estes valores poderiam abater a dívida pública e, assim que estivessem completamente de volta, poderiam reduzir em R$ 7 bilhões por ano as despesas do governo com subsídio aos empréstimos feitos peloBNDESa empresas.
A possibilidade de esses recursos serem redirecionados para os estados da federação, que passam por forte crise fiscal, foi levantada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Nesta sexta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, ele disse que a "área econômica" havia colocado "na mesa" essa possibilidade.
"Uma das nossas previsões logo no início do governo foi que o BNDES devolvesse para o governo central R$ 100 bilhões daquele montante que foi repassado pelo BNDES lembra disso? Pois é, o que a área econômica colocou na mesa todo o dinheiro da repatriação, mais este para fazer com que tenha a solução para o problema da União e também das unidades da federação", declarou o Padilha.
Proposta não segue adiante
Segundo o titular doMinistério da Fazenda, essa hipótese chegou de fato a ser discutida com o presidente Michel Temer, mas não deverá ser levada adiante.
"Conversamos sobre todas as hipóteses. Como houve perguntas de como essa operação poderia ajudar o ajuste fiscal, o país e os estados, coloquei com clareza que essa operação seria usada para amortizar a dívida, diminuir o custo financeiro do Tesouro e isso melhora o quadro geral. Foi colocado na mesa. Discutimos qual o efeito dessa operação. Estamos discutindo todas possibilidades", declarou Henrique Meirelles.